O fundo imobiliário RECR11, gerido pela REC Gestão, segue distribuindo dividendos elevados em 2025, com rendimento médio de 1,50% ao mês nos últimos meses. No entanto, o fundo continua enfrentando desafios significativos, como concentração de ativos, risco de crédito elevado e falta de informações claras sobre ativos problemáticos.
Em junho de 2025, o RECR11 realizou uma distribuição de R$ 1,50 por cota, mantendo a consistência observada desde o início do ano, com dividendos entre 1,15% e 1,50% ao mês. O fundo tem uma política de distribuição agressiva, apoiada na elevada taxa média das operações de IPCA + 8,7% e CDI + 6%.
Portfólio do RECR11: alta concentração e pouca diversificação
Composição dos ativos
-
Maior parte da carteira alocada em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com forte exposição ao setor corporativo, loteamentos, hotéis e incorporação.
-
86% do portfólio está indexado ao IPCA, o que favorece os rendimentos em cenários de inflação elevada.
-
Pequena parcela (cerca de 6%) está atrelada ao CDI e outra fração residual ao IGP-M.
Movimentações recentes
-
Em junho, o fundo vendeu aproximadamente R$ 40 milhões em ativos, incluindo CRIs e cotas de outros fundos imobiliários.
-
As compras foram focadas majoritariamente em reforços de posições já existentes, sem novos ativos ou diversificação significativa.
-
Redução parcial de operações compromissadas, visando aliviar parte da alavancagem.
Alavancagem e imóvel executado: um ponto crítico
Imóvel executado
O fundo detém um imóvel executado há mais de um ano, oriundo de inadimplência de uma operação de CRI. Até o momento, não há qualquer informação pública sobre a destinação, venda, reforma ou geração de caixa a partir desse ativo.
Alavancagem
-
O RECR11 tem histórico de uso recorrente de operações compromissadas, o que aumenta a alavancagem financeira do fundo.
-
Em junho, houve redução pontual dessas operações, mas ainda não se observa uma estratégia definitiva para eliminação desse risco.
Receita e resultado: rendimento sustentável?
O Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) do RECR11 mostra que o fundo vem conseguindo manter uma receita operacional robusta, especialmente por conta do elevado retorno dos CRIs e do giro de carteira com venda de cotas de FIIs.
Contudo, o fundo ainda carrega:
-
Riscos de inadimplência em parte dos CRIs.
-
Dependência de operações de venda de ativos para manter a geração de caixa no patamar atual.
-
Ausência de informações claras sobre estratégias de mitigação dos riscos do imóvel executado e da carteira.
Custos do fundo
-
Taxa de administração + gestão: 1,20% ao ano sobre o patrimônio líquido, considerada elevada no segmento.
-
Não há taxa de performance, mas a gestão apresenta baixa transparência, conforme apontam diversos analistas do mercado.
Onde está localizado o portfólio?
As garantias dos CRIs e o risco de crédito do RECR11 estão geograficamente distribuídos principalmente em:
-
São Paulo (SP)
-
Minas Gerais (MG)
-
Bahia (BA)
O post RECR11: entenda os dividendos, riscos e o problema do imóvel apareceu primeiro em O Petróleo.