Psoríase vai além da pele e pode afetar coração, articulações e outros órgãos, alerta SBD-RESP

Dr. Daniel Cassiano - Foto Divulgação

A psoríase é, muitas vezes, vista apenas como uma condição de pele. No entanto, o impacto da doença vai muito além da superfície. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP), a psoríase pode atingir articulações, vasos sanguíneos, sistema gastrointestinal, rins, fígado e até a saúde mental. Por isso, o diagnóstico precoce e o controle da inflamação são fundamentais para evitar complicações.

Segundo o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, diretor da SBD-RESP, a psoríase é uma doença inflamatória crônica e sistêmica, causada por uma resposta imune desregulada. “A inflamação não se limita à pele. Ela pode atingir articulações, vasos e outros órgãos, aumentando o risco de infarto, AVC, artrite, diabetes tipo 2, obesidade, doença renal crônica e até depressão”, explica.

Muito além das lesões cutâneas

Os sintomas mais comuns da psoríase são descamações, placas avermelhadas e crostas, especialmente em regiões como cotovelos, joelhos e couro cabeludo. No entanto, em cerca de 20% dos casos, ela também provoca artrite psoriática, condição dolorosa que compromete articulações, tendões e ligamentos. Em alguns pacientes, pode ainda surgir a entesite, inflamação nos pontos de fixação dos tendões nos ossos, e até fibromialgia.

“A inflamação sistêmica desencadeada pela psoríase pode afetar os vasos sanguíneos, favorecendo tromboses e eventos cardiovasculares graves”, alerta o Dr. Cassiano. Ele reforça que essa inflamação prolongada também contribui para a resistência à insulina, fator de risco para diabetes e síndrome metabólica.

Obesidade agrava o quadro e dificulta o tratamento

Outro fator preocupante é a relação entre psoríase e obesidade. Além de aumentar o risco de desenvolver artrite psoriática, o excesso de peso interfere na resposta aos tratamentos e impacta negativamente a qualidade de vida do paciente.

“Pessoas com psoríase grave vivem, em média, menos do que a população sem a doença. Embora a psoríase não seja fatal por si só, suas comorbidades, como infarto e AVC, são causas comuns de mortalidade precoce”, destaca o especialista.

Tratamento é essencial para evitar complicações

O tratamento da psoríase deve ir além dos sintomas visíveis. Medicamentos tópicos, imunobiológicos, terapias sistêmicas e fototerapia são algumas das opções. O controle da inflamação é fundamental não apenas para a pele, mas para prevenir complicações sistêmicas.

A SBD-RESP recomenda que o paciente com psoríase seja acompanhado por um dermatologista, com avaliações clínicas e laboratoriais regulares. “Apenas um profissional pode avaliar a gravidade da doença, indicar o tratamento adequado e monitorar o surgimento de outras condições associadas”, afirma Dr. Daniel.

Estilo de vida saudável também faz parte do tratamento

Além da medicação, a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a controlar a psoríase e reduzir riscos. Entre as recomendações estão: parar de fumar, evitar álcool, praticar atividade física regular, manter o peso ideal e reduzir o estresse. “A doença não tem cura, mas é possível viver bem com o tratamento certo e uma abordagem integral”, conclui o médico.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP)

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