Vereador acusado de tentar matar esposa retorna à câmara de vereadores

Quatro meses após ser acusado pela própria esposa, Michele Costa, 41 anos, de tentativa de feminicídio, o vereador de Santo Antônio de Jesus, cidade do recôncavo baiano, Edivan de Jesus Santos (União Brasil), conhecido como Morão, que estava licenciado por 120 dias, foi autorizado a retomar o mandato, já nessa terça-feira, 24. A decisão comunicada por meio de uma portaria, assinada na última quarta-feira, 18, é do vereador Caíque Barbosa (PSDB), presidente do Legislativo municipal. O documento considera o fato de o próprio edil ter solicitado a licença. O prazo de 120 dias, iniciado em 24 de fevereiro, se finda nessa terça-feira, 24. Além de disso, Morão apresentou um ofício à Câmara para informar seu retorno no devido prazo.A licença foi solicitada exatamente no mesmo dia em que o vereador teve a prisão preventiva decretada. À época do pedido aprovado por unanimidade, o suplente de Morão, Sérgio Gordo do Mutum (União Brasil), assumiu o cargo.Segundo o presidente da Câmara, Caíque Barbosa, Morão retornará às atividades legislativas nesta quarta, 25. Quanto à suspeita de tentativa de feminicídio, o político disse que “toda a apuração acerca do caso envolvendo o vereador estão a cargo do Poder Judiciário” e ressaltou que a Casa aguarda o “provimento judicial para a adoção de qualquer medida no âmbito legislativo”. As informações são do G1. Na ocasião da denúncia da esposa do vereador, por meio de nota, a Câmara Municipal repudiou todas as formas de violência, especialmente contra a mulher e afirmou que estava acompanhando os desdobramentos do caso com atenção e responsabilidade. Ainda no documento, a presidência da Casa reforçou a confiança no trabalho das autoridades competentes e reafirmou o compromisso com políticas públicas de proteção e combate à violência de gênero.

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“Reiteramos nossa solidariedade a todas as mulheres e reafirmamos nosso compromisso com políticas públicas de proteção e combate à violência”, dizia o comunicado.O CasoNo dia 22 de fevereiro, Michele Costa deu entrada em uma unidade de saúde com alguns ferimentos e afirmou ter sido agredida com um pedaço de madeira e uma faca pelo marido, o vereador Morão, durante uma briga por ciúmes, dentro da casa do casal, no bairro Salgadeira, em Santo Antônio de Jesus. Na época, a mulher chegou a solicitar uma medida protetiva e foi acompanhada por uma equipe policial para retirar seus pertences da residência do casal. No mesmo período, o edil fugiu e ficou cerca de 20 dias foragido. Ele foi preso no dia 12 de março, em Boipeba, no município de Cairu, a cerca de 300 km Salvador.Após a prisão do marido, por meio de entrevista a um veículo de comunicação da cidade, Michele disse que o caso não tinha passado de um mal entendido, inclusive, disse que tinha agido por influência e estava arrependida. “Eu me arrependi e vir falar a verdade do que aconteceu. Eu não achava que ia ter essa repercussão. Eu creio no Deus fiel, que a gente serve, que tudo isso vai passar. Isso vai servir de um grande testemunho. Aqueles que queiram destruir uma grande família, um ser humano maravilhoso, que é meu esposo, vai ver que a vitória vai ser certa, em nome de Jesus. Volto a dizer que ele é inocente”, afirmou a mulher. Morão foi solto no dia 29 de abril após audiência de instrução e julgamento realizados no Fórum Desembargador Wilde de Lima, também em Santo Antônio de Jesus. A sessão ocorreu por videoconferência e contou com os depoimentos do réu e da esposa, vítima no processo.

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