VÍDEO: Fogueira gigante, de 31 metros, ilumina festa quase centenária de Ingaí, no Sul de Minas

“Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom”, já dizia Marisa Monte nos versos que encantam os apaixonados pelo interior de Minas. As palavras parecem adequadas para descrever Ingaí, cidade no Sul do estado, com pouco mais de 2.500 habitantes. É por lá também que uma fogueira gigante aquece as noites de junho há 93 anos.

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A tradição faz parte do calendário de atividades da Festa de São João Batista, padroeiro de Ingaí, e é mais antiga que o próprio município. “São 30 anos a mais. Aqui ainda era um vilarejo quando começou o costume, em 1932”, explica a secretária de Cultura e Turismo da cidade, Cláudia Lopes. A emancipação de Ingaí só ocorreu em março de 1962.

Com impressionantes 31 metros, a fogueira gigante é acesa anualmente em 23 de junho, na véspera do Dia de São João Batista, profeta que, segundo o catolicismo, previu a chegada de Jesus. “E não importa o dia da semana, ela sempre é acesa no dia 23. No fim de semana ou não, mobiliza a cidade do mesmo jeito”, garante Cláudia.

Em 2025, a torre foi incendiada na última segunda-feira (23) e manteve-se acesa por quase 24h. “Ontem à noite ela ainda estava com brasa. E se chegar lá agora, ainda dá pra ver fumaça”, diz a secretária.

Técnica

De acordo com a servidora, o processo de construção da fogueira envolve dezenas de moradores de Ingaí. “São homens que vem de geração em geração. Às vezes, o conhecimento é passado de pai pra filho. Eles capricham muito”, conta Cláudia.

O trabalho começa um mês antes da celebração e envolve mais de 200 toras de eucalipto de reflorestamento.

A técnica para acender a fogueira também envolve um processo de engenharia “muito tecnológico”, segundo a secretária de Cultura e Turismo. “É um show pirotécnico. Um ‘foguetinho’ sai do chão e bate num lugar certinho, que faz acender de cima para baixo”, explica.

História

Mais que cultural, a tradição tem raiz na religiosidade da região. A Festa de São João Batista é realizada desde 1932, quando um raio destruiu a antiga igreja de São Sebastião, na vila que deu origem à Ingaí.

“Então, a comunidade chamou um padre de Lavras, cidade vizinha, que fez a promessa que eles iriam reconstruir a capela e que fariam uma fogueira todo ano. É uma forma de pedir proteção, intercessão a São João Batista”, resgata Cláudia.

Com o passar dos anos, a fogueira, que nasceu pequena, foi aumentando e angariando novos fiéis. “Quem constrói e vem ver, faz por amor mesmo. As pessoas têm orgulho disso”, destaca a secretária.

Além da “engenhoca”, a festa conta com novenas, missas especiais, shows musicais e mais. “Mas nada disso é a estrela. A fé é que move essa tradição. É a identidade da cidade”, finalizada Cláudia.

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