
Alexandre Padilha esteve no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, na manhã desta sexta-feira (27); parceria com hospital referência em câncer terá investimento de R$ 126 mi. Ministério da Saúde tem anunciado parcerias para diminuir os gargalos históricos na saúde pública, especialmente em áreas de alta complexidade, como câncer e doenças cardiovasculares.
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (27) uma parceria com o hospital A.C. Camargo para acelerar o diagnóstico de câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). O anúncio foi feito durante visita ao Instituto do Coração (Incor), em São Paulo.
Segundo Padilha, o “Supercentro Brasil de Diagnóstico para o Câncer” terá investimento de R$ 126 milhões. O centro será responsável por emitir laudos de biópsias para todo o país, com expectativa de iniciar já em julho com 1 mil laudos por dia e capacidade de alcançar até 3 mil.
Em entrevista, o ministro afirmou, ainda, que o governo federal pretende distribuir 121 novos aceleradores lineares para tratamento oncológico. Desses, 40 serão destinados à substituição de aparelhos obsoletos — alguns em uso há mais de 15 anos.
A ideia é reduzir o tempo de espera para a radioterapia, especialmente nos hospitais que já possuem estrutura adequada, como o ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).
O Hospital A.C. Camargo, especializado no tratamento do câncer em São Paulo.
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Cardiologia e formação de especialistas
No Instituto do Coração (InCor), o ministro visitou um centro de simulação em construção, com investimento de R$ 34 milhões, que deverá iniciar suas atividades no próximo ano. O espaço será utilizado para treinamento de especialistas em novas técnicas, com oferta de 500 bolsas destinadas a médicos já formados, que atuarão em regiões com carência desses profissionais.
Também foi anunciada a criação de uma rede nacional de apoio ao diagnóstico cardiológico pré-hospitalar. A rede será formada por instituições como o InCor, o Dante Pazzanese, o HCor e o Instituto Nacional de Cardiologia (RJ), com o objetivo de integrar estruturas como UPAs e o SAMU para antecipar diagnósticos e reduzir tempo de espera.
Uso da rede privada e novo modelo de pagamento
Um dos principais anúncios diz respeito à utilização de hospitais privados e filantrópicos com dívidas junto à União. Essas instituições poderão abater parte das dívidas oferecendo exames, consultas e cirurgias a pacientes do SUS. A expectativa é que os primeiros contratos com esses hospitais sejam firmados em agosto.
O programa Agora Tem Especialistas também propõe um novo modelo de remuneração para os serviços prestados, substituindo a atual Tabela SUS. Em vez do pagamento por procedimentos isolados, como exames e consultas, será adotado um “combo de cuidado”, que agrupa atendimento especializado, exames e terapias, com valor até 2,5 vezes maior que o previsto atualmente.
Mutirões e atendimento ampliado
O ministro informou que hospitais públicos e universitários já iniciaram o atendimento ampliado em turnos extras e fins de semana. No dia 5 de julho, haverá um mutirão nacional de cirurgias eletivas nos hospitais universitários federais. A meta é reduzir a fila de espera por procedimentos, utilizando ao máximo a estrutura existente.
O acompanhamento dos atendimentos será feito por meio do aplicativo Meu SUS Digital, onde os pacientes também poderão avaliar os serviços recebidos.
“Não vamos criar uma fila paralela. As ofertas vão priorizar quem já está aguardando na fila do SUS”, afirmou Padilha.
As ações, segundo o ministério, fazem parte de um esforço do governo federal para diminuir os gargalos históricos na saúde pública, especialmente em áreas de alta complexidade, como câncer e doenças cardiovasculares.