Dólar recua a R$ 5,49 após Congresso barrar aumento do IOF e mercado reage com otimismo

A moeda norte-americana encerrou o último pregão em queda de 0,99%, cotada a R$ 5,49, após o Congresso Nacional derrubar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A decisão trouxe alívio ao mercado, que inicialmente reagiu com receio, mas depois assimilou o impacto de forma positiva. O resultado foi um movimento de valorização da Bolsa e desvalorização do dólar frente ao real.

Por que o dólar caiu?

A medida que impedia o aumento do IOF representava, na prática, um freio ao encarecimento do crédito. Para investidores e analistas, isso significa estímulo ao consumo, melhora no ambiente de negócios e aumento da previsibilidade econômica no curto prazo.

Segundo especialistas, o temor inicial era de que o governo teria dificuldades em equilibrar as contas públicas. Esse receio provocou uma alta pontual no dólar no dia anterior. No entanto, o mercado logo reavaliou o cenário e passou a considerar que a derrubada do aumento traz efeitos benéficos ao setor produtivo e ao consumidor final.

“Quando se reduz o risco e há mais previsibilidade, o reflexo é imediato: o dólar cai e a Bolsa sobe”, destacou um analista da Jovem Pan News.

Turismo, crédito e agronegócio: setores que ganham com a medida

Turismo e crédito mais acessíveis

O IOF incide diretamente sobre operações de crédito e transações internacionais, como compras no exterior e viagens. Com a não-elevação do imposto, viagens internacionais ficam menos custosas e o crédito interno mantém-se em patamares mais acessíveis. Para o setor de turismo, isso representa uma oportunidade de recuperação no segundo semestre, especialmente em um cenário de câmbio mais favorável.

Exportações em alta com agronegócio fortalecido

Outro ponto positivo para o desempenho do dólar foi o anúncio da Organização Mundial de Saúde Animal, que reconheceu o Brasil como país livre da gripe aviária. Com isso, as exportações de carnes e produtos do agronegócio devem crescer, trazendo mais dólares para dentro da economia brasileira.

Esse aumento de divisas contribui diretamente para a valorização do real, já que há maior oferta de moeda estrangeira no mercado interno. Além disso, o fortalecimento do agronegócio impulsiona toda a cadeia econômica: transporte, insumos, logística, e o consumo nas regiões produtoras.

IOF derrubado, mas desafios fiscais permanecem

Apesar do cenário momentaneamente positivo, o risco fiscal segue como uma preocupação estrutural. A derrubada do aumento do IOF implica perda de arrecadação, e o governo precisa encontrar outras fontes de receita ou reduzir despesas para manter as contas equilibradas.

Pressão por responsabilidade fiscal

A reação do mercado financeiro, embora positiva no curto prazo, também sinaliza a expectativa por ações concretas do governo para controlar gastos públicos. A agenda de cortes, reformas estruturais e revisão de benefícios fiscais entra no radar como contrapartida necessária à estabilidade do câmbio e da economia como um todo.

“O Brasil pode perder oportunidades históricas de crescimento se não fizer sua lição de casa fiscal”, alertou o comentarista político Cristiano Vilela.

Perspectivas: o que esperar para o dólar e a economia?

A médio prazo, o desempenho do dólar continuará sensível a três grandes eixos:

  • Cenário fiscal interno: qualquer nova medida que amplie gastos ou reduza receitas poderá pressionar o câmbio.

  • Geopolítica internacional: a ausência de novas tensões geopolíticas tem favorecido moedas emergentes como o real.

  • Fluxo de exportações e entrada de dólares: o bom momento do agronegócio pode continuar sustentando o câmbio mais baixo.

Se o governo conseguir equilibrar as contas públicas, evitar ruídos políticos e garantir previsibilidade econômica, há espaço para o dólar seguir em trajetória de queda, especialmente em um ambiente global mais estável.

A queda do dólar para R$ 5,49 reflete uma conjunção de fatores favoráveis: a decisão do Congresso, a boa fase do agronegócio e a redução de riscos geopolíticos. No entanto, a manutenção desse cenário positivo exige responsabilidade fiscal e clareza nas próximas decisões do governo.

O momento é de otimismo cauteloso, e os próximos passos da política econômica serão decisivos para consolidar a confiança do mercado e garantir um ambiente sustentável de crescimento.

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