Um desafio perigoso, praticado por crianças e adolescentes, chamou atenção do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Diante os riscos à vida causados pelo chamado desafio do ‘desmaio’, o órgão emitiu um alerta aos pais.
Em uma campanha de conscientização, representantes do MPMG explicam qual o impacto da ação na saúde humana e os reflexos jurídicos para quem participa ou incentiva.
Marcela Domásio, medica pediatra e assessora do Promotoria de Justiça de Defesa a Saúde (CAO-Saúde), explica que a disputa vista como apenas uma brincadeira por alguns menores pode produzir asfixia mecânica. “Isso acontece quando o tórax é comprido e a pessoa não consegue respirar”, detalha.
“Com isso, não entra ar com oxigênio e o CO2 não é liberado. Isso vai produzir, em um primeiro momento, um quadro de inconsciência. Se esse processo se alongar, isso pode levar até o óbito”, completa.
Nos últimos meses, vídeos circularam em redes sociais mostrando estudantes de uma escola da Araxá, no Alto Paranaíba, praticando o ato que causa desmaios. A direção do colégio foi informada sobre a situação, notificou as famílias e passou a acompanhar os alunos.
A promotora Graciele de Rezende, coordenadora do CAODCA (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça das Crianças e dos Adolescentes), ressalta a importância da orientação às crianças e adolescentes.
“Os pais não podem ficar alheios ao que está acontecendo na vida virtual dos filhos. Os pais precisam monitorar e vigiar o que os filhos estão fazendo. Também precisam acontecer o que está acontecendo no mundo digital. Os pais precisam fazer uma distinção clara com os filhos do que é brincadeira e destes desafios, que são perigosos para a saúde e até mesmo para a vida. Então, os pais têm o dever de orientar e monitorar a vida dos filhos no ambiente digital”, sugere.
A representante do MPMG ainda destaca que as famílias podem responder judicialmente pelos resultados dos desafios.
“Os pais respondem civilmente pelos danos que os filhos causem a terceiros, de acordo com o Código Civil. Se uma criança ou adolescente, por meio de sua conduta, incentiva o outro a participar desses desafios de internet, ocasionando dano, os pais podem sim serem responsabilizados”, detalha a promotora.
Goivanna Carone, coordenadora CAO-Saúde, destaca que o MPMG pode ser um canal de informação para as famílias. “Esses desafios de internet, tudo isso vem surgindo na nossa sociedade moderna pode comprometer o desenvolvimento saudável de nossos adolescentes, de nossas crianças. Vocês podem procurar o Ministério Público para orientação, para direcionamentos e para que essas praticas não invadam a vida dos seus filhos”, comentou a promotora na campanha do MP.
Veja o vídeo da campanha do MPMG:
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