As mulheres de Minas Gerais têm se tornado mães mais maduras e têm tido menos filhos, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Divulgada nesta sexta-feira (27), a análise faz parte dos resultados do quesito fecundidade, elaborados a partir dos dados do Censo 2022.
De acordo com o relatório do IBGE, em Minas Gerais, a idade média de fecundidade passou de 27,3 anos, em 2010, para 28,5 anos, em 2022, correspondendo a um crescimento de 4,5%. Em comparação, no Brasil, esse indicador cresceu 5,1%, passando de 26,8 para 28,1 anos no mesmo período. Minas ocupa a quinta colocação, ficando atrás de Santa Catarina (28,7 anos), São Paulo (28,9), Rio Grande do Sul (29,0) e Distrito Federal (29,3 anos).
Os dados do IBGE apontam que, em 2022, quanto maior o nível de escolaridade da mãe, maior era a idade média de fecundidade em Minas Gerais. Entre as mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto a idade média era de 27,1. Nas mulheres com fundamental completo e médio incompleto a idade era de 27,4 anos. Já no grupo de mulheres com ensino médio completo e superior incompleto a idade cresceu para 28,6 anos. Já entre as mulheres com ensino superior completo a idade alcançava os 30,7 anos.
Os dados do IBGE apontam que, em 2022, quanto maior o nível de escolaridade da mãe, maior era a idade média de fecundidade em Minas Gerais.
Esse é o caso da belo-horizontina Larissa Souza da Costa, de 36 anos, que pretende ser mãe, mas só depois dos 40, como contou.

“É uma escolha consciente. Quando eu era mais nova, tinha convicção de que eu não seria mãe e que eu não queria ter filhos. Com o passar dos anos, esse interesse acabou aflorando”, disse.
Para ela, o planejamento da gravidez tardia ocorre, principalmente, “por conta de estabilidade financeira, por conta de já ter realizado outros sonhos e projetos, por ainda não ser casada”, explicou. “Eu gostaria de fazer algumas coisas antes de ter filho: viajar e me dedicar mais ao trabalho, porque eu acho que depois não vai ter como eu dedicar mais ao trabalho como da forma integral”, completou.
O IBGE também analisou a idade média da fecundidade de acordo com a cor ou raça das mulheres mineiras. A pesquisa mostra que houve aumento dessa média tanto entre mulheres brancas quanto entre pretas e pardas. Entre as mulheres brancas, a idade subiu de 28 anos, em 2010, para 29,4 anos em 2022. Entre as mulheres pretas, a média passou de 26,9 para 27,9 anos. Já entre as pardas, houve um aumento de 26,8 para 28,1 anos.
Redução do número de filhos por mulher
Outro indicador destacado pelo IBGE é a redução da taxa de fecundidade total (TFT), que atingiu 1,48 filho por mulher. De acordo com o instituto, TFT menores que 2,1 filhos estão abaixo da taxa de reposição, necessária para manter a população numericamente estável ao longo do tempo.
Além do adiamento da gestação, o número médio de filhos por mulher tem se reduzido de maneira disseminada no país, segundo o IBGE. Em Minas Gerais, entre 2010 e 2022, houve uma redução de 2,9 filhos por mulher de 50 a 59 anos para 2,1 filhos, o que representa uma queda de 27,4%. Em contrapartida, a média nacional era de 3 filhos em 2010 e caiu para 2,2 filhos em 2022. Os dados revelam ainda que mulheres com mais anos de escolaridade formal têm, em média, menor número de filhos.
Assim como a tendência nacional, Larissa Costa deseja ter apenas um filho. “O mundo está muito maluco, muito violento, principalmente o nosso país, que está numa instabilidade econômica e política muito grande. A gente acaba ficando um pouco receoso de criar uma criança, outro ser humano. Fora que as coisas estão absurdamente caras e [a maternidade] requer um planejamento muito muito grande”, destacou.
O Censo 2022 também revelou a acentuação de outra tendência: o aumento do número de mulheres sem filhos. Segundo o IBGE, a proporção de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos nascidos vivos era de 16,1% em 2022, tanto em Minas quanto no Brasil. Em 2010, o número correspondia a 12,7% e 11,8%, respectivamente.
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