Aumento de mais de 50% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e ocupação de 85% dos leitos de UTI motivaram decreto de emergência, diz governo


Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Goiás já registrou 6.743 casos em 2025. Decreto tem validade de 180 dias e tem como objetivo viabilizar a abertura imediata de novos leitos para atender pacientes graves. Secretaria de Saúde de Goiás, em Goiânia
Yanca Cristina/g1 Goiás
O aumento de mais de 50% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e a ocupação de acima de 85% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) motivaram o decreto de emergência publicado nesta segunda-feira (30), em Goiás. A informação foi confirmada pelo Secretário de Saúde, Rasível Santos, que alertou a população sobre a importância da vacina.
“Estamos fazendo campanha no estado todo chamando a população para que se vacine para exatamente não chegar na situação que chegamos agora com a decretação de emergência”, pontuou o secretário.
Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no Instagram
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), de janeiro até junho de 2025, Goiás já registrou 6.743 casos, sendo 1.117 por Influenza, 306 por Covid-19, 1.486 por Vírus Sincicial Respiratório e 680 por Rinovírus. Durante todo o ano de 2024, foram registrados 7.477 casos.
“A gente teve um aumento de 57% do número de casos em relação ao mesmo período do ano anterior e um aumento de 33% das internações. Nossa taxa de ocupação das UTIs está acima de 85%, tanto de UTI neonatal, adulto, quanto pediátrica”, alertou o secretário.
O aumento expressivo em um curto período de tempo preocupa a Secretaria.
“Isso acende o nosso alerta porque possivelmente em um a dois meses nós vamos atingir a totalidade do ano anterior. A gente sempre espera que o número de casos vá reduzir e nós já estamos ultrapassando, por isso a preocupação”, explicou Luciano Carvalho, Subsecretário de Políticas e Ações de Saúde.
O objetivo do decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e que tem validade de 180 dias é viabilizar a abertura imediata de novos leitos para atender pacientes graves. De acordo com o subsecretário, atualmente Goiás conta com 52 unidades com leitos dedicados a Srag, sendo 163 UTIs.
No primeiro período do ano, o estado contabilizou mais de 10 mil solicitações de internação por Srag, o que representa um aumento de 33,27% em relação ao mesmo período em 2024, em que houve 8 mil, conforme divulgado pelo órgão.
De acordo com Flúvia Amorim, Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, geralmente primeiro ocorre o aumento dos casos leves, depois moderados e por último aumenta as internações.
“Aqui em Goiás a gente sabe que esse período crítico, que vai de agosto até setembro, devido à baixa umidade relativa do ar, às queimadas, ao aumento de partículas suspensas no ar, aumenta também a chance de doenças respiratórias, por isso a decretação dessa emergência”, explicou.
Segundo a Secretaria de Saúde, o aumento dos casos ocorreu a partir do fim de março e somente em maio houve 2.406 solicitações de internação. Durante sete semanas consecutivas os registros de Influenza se mantiveram acima do esperado.
Decreto
Com a assinatura do decreto, o Centro de Operação de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave irá acompanhar em tempo real a ocupação nos hospitais e a evolução dos casos.
O governo estabeleceu algumas medidas para controlar a situação e evitar um estado de calamidade, são elas:
Dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços destinados ao atendimento da emergência;
Remanejamento emergencial de profissionais e insumos;
E a contração em caráter temporário para profissionais e serviços indispensáveis no combate à Srag.
LEIA TAMBÉM:
Governo de Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave, diz Secretaria de Saúde
HGG realiza mais de 180 transplantes de órgãos em um ano e tem o maior índice da sua história, diz Secretaria de Saúde
Vacina contra gripe é liberada para todos os públicos em Goiás
Importância da vacinação
Flúvia Amorim alerta a população sobre a vacinação contra a influenza, em Goiás
Yanca Cristina/g1 Goiás
A Secretaria de Saúde pontuou que um dos principais fatores que contribuíram para o estado de emergência corresponde à falta de adesão da vacinação por parte da população, o que aumenta o risco de agravamento da doença entre os grupos prioritários.
O vírus influenza é o principal agente da Srag. Atualmente, a cobertura vacinal no país está em 42,10% e em Goiás em 39%, com cerca de 1,5 milhão de doses aplicadas.
“A taxa de cobertura com o grupo prioritário está muito baixa. 31% de cobertura das gestantes, 33% das crianças e 42% dos idosos. A gente precisa estar com 90%”, ressaltou o secretário.
Conforme informado pela Superintendente de Vigilância em Saúde, a população precisa ser alertada devido a baixa cobertura vacinal. “Se nós tivéssemos uma cobertura vacinal melhor chegando a 80% e 90% com certeza essas internações pelo vírus influenza serão muito menores”, disse Flúvia.
“Vacinar não protege só a gente. Vacinar é importante para toda a coletividade. E se vacinar é um exercício de cidadania, vai ajudar toda a sociedade”, defendeu Rasível.
✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp
Medidas de prevenção da Srag:
Lavar as mãos com água e sabão regularmente.
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres, toalhas, etc.
Manter os ambientes bem ventilados e evitar aglomerações
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais e sintomas de gripe
Utilizar lenço descartável para limpar o nariz e a boca ao tossir ou espirrar.
📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
Adicionar aos favoritos o Link permanente.