As ações do Banco do Brasil (BBAS3) já acumulam queda superior a 25%, deixando muitos investidores aflitos ao verem seus patrimônios diminuírem. Diante desse cenário, a dúvida mais comum é: comprar mais para fazer preço médio ou vender antes que caia ainda mais?
Apesar de comum, essa dúvida costuma ser respondida com emoção, sem critério ou método, o que pode agravar ainda mais as perdas. Para ajudar você a tomar uma decisão consciente, reunimos aqui cinco pontos que todo investidor deve considerar antes de agir.
Por que fazer preço médio pode ser uma armadilha?
Muitos acreditam que comprar mais ações em queda — diminuindo o preço médio — é sempre vantajoso. Na prática, essa não é uma estratégia, mas apenas um cálculo matemático.
Imagine alguém que comprou BBAS3 a R$ 29 e depois comprou mais quando chegou a R$ 21,90, reduzindo seu preço médio para cerca de R$ 25. Mas sem critério, essa prática pode lembrar investidores que compraram Oi (OIBR3) repetidamente durante sua queda de 99,9%.
A lição é clara: diminuir o preço médio deve ser consequência de uma estratégia sólida, não um fim em si mesmo.
Invista com método, não com emoção
Segundo o livro O Grande Segredo para o Pequeno Investidor, de Joel Greenblatt, os melhores investidores são aqueles que seguem critérios matemáticos claros e pré-determinados.
Esse comportamento reduz a influência das emoções e dos vieses cognitivos. Um exemplo clássico: um fundo de ações norte-americano que rendeu 18,2% ao ano entre 2000 e 2010, enquanto seus cotistas perderam, em média, 11% ao ano porque compravam e vendiam nos momentos errados, guiados por medo e euforia.
Cuidado com a concentração excessiva
Outro erro comum é concentrar demais o patrimônio em uma única ação. Um investidor com R$ 3,7 milhões aplicou mais de R$ 2 milhões em BBAS3. Quando a ação caiu 25%, ele perdeu mais de R$ 500 mil — só nessa posição.
Mesmo empresas sólidas carregam riscos. Por isso, a diversificação é essencial para proteger sua carteira de oscilações severas.
BBAS3 já caiu antes: o que o histórico revela?
Os investidores precisam entender que grandes quedas não são inéditas para BBAS3. Entre 2000 e hoje, a ação já recuou até 67% em determinadas crises, como em 2008 e durante a pandemia.
O gráfico de drawdowns — que mostra as quedas máximas desde o topo — deixa claro que mesmo empresas sólidas podem passar anos abaixo de seus picos. E investir em ações exige preparo para encarar períodos assim.
Além disso, embora BBAS3 seja sólida, isso não garante que ela superará outros investimentos, como o CDI, no longo prazo. O preço pago e as expectativas do mercado pesam muito mais.
“Empresa sólida” não é garantia de lucro
Uma das maiores falácias do mercado é acreditar que só por ser uma empresa sólida as ações terão boa performance. Casos como Enron e até mesmo Petrobras provam que fundamentos sozinhos não bastam.
O investidor deve avaliar não apenas os fundamentos, mas também o preço pago em relação ao valor justo. A solidez da empresa não imuniza você contra más decisões de compra.
Como investir em BBAS3 com estratégia?
No Clube do Valor, por exemplo, os analistas usam uma estratégia chamada “Máquina de Dividendos”, que seleciona empresas com base em critérios quantitativos. Atualmente, BBAS3 faz parte dessa carteira para clientes com foco em dividendos — mas representa apenas cerca de 10% da alocação em ações brasileiras.
Esse método considera fundamentos e preço, evitando decisões emocionais, concentração excessiva ou apostas de curto prazo.
O que fazer com BBAS3 agora?
Antes de decidir, pergunte-se:
Você tem um método claro para escolher ações?
Sua carteira está diversificada?
Está preparado para manter o investimento por anos, mesmo em queda?
Compraria mais só para reduzir o preço médio, sem critério?
Está investindo porque acredita nos números ou apenas na “solidez” da marca?
Se você não tem essas respostas, é hora de refletir e buscar orientação para montar uma estratégia sólida e sustentável.
Para saber mais:
Baixe o e-book gratuito da Máquina de Dividendos e descubra como aplicar uma metodologia para escolher boas ações pagadoras de dividendos com base em números e não em emoções.
E se quiser uma análise personalizada da sua carteira e um plano de investimentos adequado ao seu perfil, procure um consultor de investimentos para ajudá-lo a evitar os erros mais comuns.
O post BBAS3 em queda: comprar mais ou vender? apareceu primeiro em O Petróleo.