O longa “YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ” será exibido em sessões especiais de pré-estreia no Instituto Moreira Salles de São Paulo, entre os dias 3 e 9 de julho, sempre às 20h10. A estreia oficial está marcada para o dia 10 de julho. Os ingressos já estão à venda na bilheteria física e online do IMS.
Uma história de reencontro e resistência indígena
Dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, o filme acompanha a jornada de Sueli e Maísa Maxakali em busca do pai, Luiz Kaiowá, separado delas durante a ditadura militar brasileira.
Nos anos 1960, Luiz, indígena guarani kaiowá, foi retirado à força do território Ka’aguyrusu (MS) e levado para Minas Gerais pela antiga Funai. Lá, ele viveu por mais de 15 anos com os Tikmũ’ũn (Maxakali) e teve duas filhas. Quando Sueli era apenas um bebê, Luiz retornou para o Mato Grosso do Sul e nunca mais teve contato com a família.

O reencontro e a construção do filme
Anos depois, com o apoio da internet e de encontros políticos, Sueli reencontrou o pai. A partir daí, começou a construção coletiva do filme, que uniu parentes, cineastas indígenas e aliados em uma produção afetiva e profunda.
O longa reúne vídeo-cartas, telefonemas e cantos tradicionais para narrar essa reconexão entre pai e filhas. Em 2022, uma delegação maxakali percorreu mais de 1800 km até as Terras Indígenas Kaiowá, onde vive Luiz, hoje considerado um dos xamãs mais respeitados de seu povo.
Imersão nos territórios e nas culturas indígenas
As filmagens ocorreram tanto na Aldeia-Escola-Floresta, em Minas Gerais, quanto nas aldeias guarani kaiowá do Mato Grosso do Sul. A equipe contou com cineastas indígenas como Alexandre Maxakali, Michele Kaiowá e Daniela Kaiowá, que contribuíram na fotografia e na direção assistente.
O filme é falado em maxakali, guarani kaiowá e português, e é atravessado por rituais, cantos e práticas espirituais dos dois povos. Mais do que um documentário, trata-se de um registro vivo da memória e da resistência indígena.

Reconhecimento da crítica e dos festivais
Desde sua estreia no 57º Festival de Brasília, onde ganhou o prêmio de melhor direção, o filme tem se destacado em circuitos de cinema. Recebeu menção honrosa na Mostra Ecofalante e foi exibido em festivais como Tiradentes e Cachoeira.
A crítica tem elogiado sua originalidade e sensibilidade. O site Papo de Cinema afirma:
“Marca uma tendência positiva do cinema brasileiro recente: histórias de alto valor para os povos indígenas contadas por eles mesmos”.
Sinopse
YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ narra a busca de Sueli e Maísa Maxakali pelo pai, Luiz Kaiowá, de quem foram separadas durante a ditadura militar. O filme acompanha esse reencontro e revela também as lutas dos povos Tikmũ’ũn e Kaiowá pela preservação de seus territórios e modos de vida.
Serviço
Local: Instituto Moreira Salles (Av. Paulista, SP)
Datas: 3 a 9 de julho
Horário: 20h10
Ingressos: à venda na bilheteria e site do IMS
Estreia nacional: 10 de julho
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