O Kinea High Yield (KNHF11), um dos maiores fundos imobiliários do Brasil, com patrimônio líquido superior a R$ 2 bilhões e cerca de 44 mil cotistas, anunciou aumento nos dividendos pagos em junho de 2025, projetando distribuições entre R$ 0,95 e R$ 1,05 por cota nos próximos meses. O fundo, listado na B3, é gerido pela Kinea.
Os dividendos foram impulsionados pelo desempenho dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que responderam positivamente à inflação e ao CDI elevado. Em junho, a receita com CRIs atingiu R$ 18 milhões, aproximadamente 20% acima da média dos meses anteriores.
Portfólio diversificado e estratégia
A carteira do KNHF11 é composta por 63% em CRIs, dos quais cerca de 19% são atrelados ao CDI+3,5% ao ano e 12% ao IPCA. O restante da carteira envolve participação em imóveis físicos (com destaque para duas lajes corporativas e o Shopping Uberaba), fundos imobiliários e caixa.
Em junho, o fundo investiu R$ 30 milhões em um fundo de incorporação residencial e desinvestiu R$ 6 milhões em um fundo de logística, mantendo o foco no segmento residencial, que predomina nos CRIs e na nova alocação.
Resultado financeiro e reservas
O KNHF11 acumulou R$ 0,82 por cota em reservas para dividendos no fechamento do mês, reforçando a previsibilidade das distribuições futuras. Na Demonstração de Resultados (DRE), o fundo gerou caixa operacional equivalente a R$ 1,20 por cota em junho, dos quais R$ 1,00 foram distribuídos.
O retorno dos CRIs representou a maior fatia do resultado, com R$ 0,93 por cota — bem acima da média histórica, que girava em torno de R$ 0,79 a R$ 0,80 por cota.
Influência do cenário macroeconômico
A inflação de 4,26% nos últimos 12 meses e a taxa CDI em 14,25% ao ano beneficiaram diretamente o desempenho do fundo. As operações atreladas ao IPCA e ao CDI apresentaram crescimento significativo nos últimos dois meses, elevando os rendimentos do portfólio de CRIs em cerca de 15%.
O fundo registrou também uma perda na venda de fundos imobiliários que impactou negativamente os resultados em R$ 0,03 por cota no mês.
Alavancagem e caixa
A alavancagem do KNHF11 — superior a 100% do patrimônio líquido — ocorre tanto nos CRIs quanto nos imóveis físicos, aumentando o potencial de retorno, mas também o risco financeiro. O caixa livre do fundo, de R$ 18 milhões, já está parcialmente comprometido com obrigações futuras, incluindo pagamentos relacionados aos ativos adquiridos.
Os gestores destacaram que a estratégia seguirá centrada em ativos residenciais, tanto nos CRIs quanto nas novas alocações em fundos de incorporação.
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