
Ivanildo Garcia passou a usar cadeira de rodas após ter poliomielite na infância. Hoje trabalhando como entregador para fazer uma renda extra, ele também enxerga a atividade como prática esportiva. Ivanildo começou a trabalhar como entregador durante a pandemia
TV Cabo Branco/Reprodução
Cerca de 30 quilômetros por dia. Esse é o percurso que Ivanildo Garcia, de 49 anos, faz para realizar entregas em João Pessoa. Cadeirante, Ivanildo começou a trabalhar como entregador em 2020, durante o período da pandemia, usando um carro antigo, que acabou quebrando e não funcionando mais. Porém, ele achou outra saída: decidiu continuar com o trabalho usando a cadeira de rodas como meio de locomoção pela cidade.
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“Eu tenho um irmão que é motoboy e ele falou que era bom [o trabalho de entregador], que tinha uma renda boa. Então como eu estava em casa sem fazer nada, fui fazendo o teste. Comecei fazendo de carro. Eu estava gostando, mas o carro estava muito velho e virou sucata. Para não ficar parado, eu disse: ‘vou fazer de cadeira [de rodas] mesmo'”, disse Ivanildo.
Entregador cadeirante desafia falta de acessibilidade para trabalhar em João Pessoa
Casado e pai de um menino de 14 anos, Ivanildo passou a usar a cadeira de rodas depois de ter poliomielite na infância. Apesar de ter o ensino médio completo e até ter dado início ao ensino superior, ele nunca trabalhou com carteira assinada.
Com as despesas de um filho para criar, ainda que receba um benefício do governo, Ivanildo enxergou no trabalho de entregador uma fonte de renda extra e uma forma de se aventurar pela cidade, rodando diversos bairros por dia para fazer entregas de uma farmácia da capital paraibana.
Ivanildo Garcia, de 49 anos, que trabalha como entregador em cadeira de rodas
TV Cabo Branco/Reprodução
“Eu nunca gostei de estar em um lugar parado. Então para mim, está sendo uma aventura. Toda hora em um lugar diferente, conhecendo pessoas novas. Para mim é uma aventura. Tanto é um trabalho como é um esporte”, conta Ivanildo.
Apesar de ter que pegar um ônibus para trabalhar fora de seu bairro por falta de acessibilidade nas ruas da região onde mora, Ivanildo não se deixa abater. Segundo ele, o fato de trabalhar fazendo entregas de medicamentos o motiva, ao pensar que a pessoa que solicitou a sua entrega está precisando dele.
“Eu sempre penso em quem está precisando do outro lado. Alguém que está muitas vezes com febre, com algum problema de saúde, então está precisando da minha agilidade, da minha rapidez para chegar na casa do cliente”, disse o entregador.
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