Dados do Sindicato da Habitação do Distrito Federal mostram aumento de 31% no valor. Plano Piloto em Brasília
Andre Borges/Agência Brasília
Para quem vive em Brasília há uma sensação comum: o preço do aluguel está cada vez mais caro 🏠.
Mais do que uma sensação, dados do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF) mostram que houve um aumento de 31% no preço do aluguel, entre os meses de abril de 2024 e abril de 2025, na capital federal.
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Para especialistas ouvidos pelo g1, há algumas razões que podem explicar esse aumento. Entre eles:
🏙️ desequilíbrio entre oferta e demanda;
🏠 menos pessoas comprando imóveis;
🏨 efeito Airbnb;
😷 impactos da pandemia.
Desequilíbrio entre oferta e demanda
Há ainda cada vez mais pessoas procurando imóveis para alugar. Isso se deve às dificuldades de acesso a financiamentos imobiliários.
“As dificuldades no acesso ao financiamento habitacional — entrada mínima exigida, crédito escasso e juros elevados — tornam a compra de imóveis um projeto distante para muitas famílias e por isso, migram para a locação de aluguel”, conta Daniel Claudino, especialista em mercado imobiliário.
Mais que isso, analistas pontuam que há menos dinheiro disponível para linhas de financiamento imobiliário. Assim, os juros sobem e os bancos dificultam a liberação de crédito, reduzindo as oportunidades para aquisição da casa própria.
“O preço do aluguel, sobe por conta da demanda, não necessariamente por causa dos juros altos, mas porque as pessoas não conseguem comprar”, conta Heitor Kuser, especialista em mercado imobiliário e CEO do CIMI 360.
Isso se soma ainda à pouca oferta de imóveis em Brasília . A limitação territorial da capital não consegue acompanhar a expansão populacional, restringindo a oferta de locais para morar.
“Brasília já não dispõe de grandes terrenos para construção de novos empreendimentos. Em outras palavras, o encarecimento não vem só da demanda, mas também da própria limitação física e regulatória da cidade”, pontua Kuser.
Menos pessoas comprando imóveis
Plano Piloto em Brasília
Pedro Ventura/Agência Brasília
Outro fator que pressiona o valor do aluguel é a mudança de comportamento das gerações mais novas, que têm cada vez menos interesse em ter o próprio imóvel.
“As novas gerações priorizam a flexibilidade, centralidade urbana e a mobilidade geográfica. As novas gerações casam menos, viajam mais, tem menos filhos e, por isso, preferem morar de aluguel”, conta Claudino.
Nesse sentido, a procura por imóveis para locação aumenta, assim como o valor do aluguel.
Efeito Airbnb
Outro fator que contribui para o aumento dos aluguéis é o chamado “efeito Airbnb”. O especialista Heitor Kuser, explica que muitos proprietários estão optando pelo modelo de aluguel de curta temporada.
Com isso, ao passo que a demanda por aluguel aumenta devido à escassez de crédito para compra, a oferta de imóveis para aluguel de longa duração diminui.
“Isso resulta em aumento dos preços, uma consequência direta da escassez”, avalia Kuser.
Esse não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Na Europa o aumento do valor do aluguel causado pelo aumento da oferta de aluguéis de temporada gerou crises e até manifestações em alguns países.
Pandemia
Na avaliação do vice-presidente de Lançamentos Imobiliários do Sindicato de Habitação (Secovi-DF), Rogerio Oliveira, há ainda impactos causados pela pandemia que também influenciam no valor do aluguel.
“Muitos proprietários acreditam que ainda não têm o retorno condizente com seu patrimônio, por isso temos visto esse aumento sucessivo no valor do aluguel”, avalia Oliveira.
O especialista conta que os proprietários dos imóveis acabaram fazendo acordos com os moradores para manter ou até mesmo reduzir o preço do aluguel. Por isso, muitos ainda não acreditam que conseguiram equilibrar as contas.
O que é mais vantajoso para o bolso: morar de aluguel ou financiar um imóvel?
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