
Um dos suspeitos, detido na noite de domingo (6), foi indiciado por homicídio qualificado tentado, por ter ferido gravemente uma passageira, e dano qualificado. Três pessoas presas suspeitas de participar de ataques a ônibus na Grande SP
Três homens já foram detidos pela polícia desde sábado (5) por ataques a ônibus na cidade de São Paulo. Além deles, um adolescente foi apreendido em Cotia, na região metropolitana.
Um dos homens foi preso na noite de domingo (6) e identificado como Éverton de Paiva Balbino. Ele é suspeito de ter arremessado no dia 27 de junho uma pedra na vidraça de um ônibus que acertou em cheio uma mulher sentada no banco. Ela fraturou vários ossos da face, incluindo o nariz, e correu risco de vida. Este caso, que aconteceu na Zona Sul da capital, é um dos mais graves registrados.
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O suspeito foi indiciado por homicídio qualificado tentado e dano qualificado. Sua defesa não foi localizada pela TV Globo.
Imagens de uma câmera de segurança mostram quando um carro vermelho para perto de uma saída da Avenida Washington Luís. Uma pessoa desce do veículo e, da calçada, arremessa uma pedra contra um ônibus que vinha pela avenida. O carro também foi apreendido pela polícia com o suspeito preso.
Segundo o delegado Fernando Santiago, que participa das investigações dos ataques a ônibus, Balbino justifica que a pedrada teria resultado de uma briga de trânsito. “Entretanto, até o momento não conseguimos visualizar nenhum tipo de briga, de embate ali motivado por questão de trânsito”, afirma.
“Ele também não cita por que escolheu aquele canto exatamente para atirar a pedra. Ele tentou argumentar que não mirou a janela, mas a distância dele para o ônibus era de apenas 3 metros, então dificilmente alguém erraria se quisesse atingir, por exemplo, a lataria.”
Acusado de apedrejar ônibus em São Paulo é preso; passageira foi atingida no rosto
Reprodução/TV Globo
Outros dois homens foram presos no sábado (5), em flagrante, após danificarem coletivos em Pirituba e Santo Amaro, nas zonas Oeste e Sul, respectivamente.
Desde 12 de junho, ao menos 544 veículos foram apedrejados na capital, na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Na capital, o número chegou a 269.
O g1 mapeou a quantidade e em quais cidades os crimes aconteceram na Grande São Paulo. Confira no mapa abaixo:
Confira onde ocorreram os ataques a coletivos desde o início do mês de junho.
Arte/g1 Design
Na maioria das investidas, os veículos foram acertados por pedras e tiveram os vidros quebrados. Na madrugada de quinta-feira (3), uma fila de ônibus atacados foi registrada no 47° Distrito Policial do Capão Redondo, onde uma onda de ataques também ocorreu.
A gestão municipal afirma que os trabalhadores e pessoas de baixa renda são as mais prejudicadas, porque os veículos saem de circulação e deixam as linhas desassistidas.
Fila de ônibus atacados na madrugada desta quinta-feira (3) no 47° DP do Capão Redondo, na Zona Sul da capital.
Reprodução/TV Globo
Linhas de investigação
A Polícia Civil trabalha com três linhas principais de investigação:
Ação coordenada pelo PCC, embora ainda sem motivação clara;
Ataques por pessoas influenciadas por desafios criados na internet;
Possível sabotagem de empresas que perderam contratos com a prefeitura.
A investigação ainda não avançou o suficiente para confirmar ou excluir qualquer uma das possibilidades.
O Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que tem trabalhado para oferecer mais segurança aos operadores do transporte público e também aos passageiros. Também afirmou que pediu uma reunião urgente com a SSP para tratar do problema e cobrar medidas de segurança.
A Polícia Militar colocou em prática, desde quarta (2), a Operação Impacto e Proteção a Coletivos, com base em um mapeamento estratégico feito em conjunto com a Polícia Civil.
Ônibus atacado na Avenida Rio Branco.
Arquivo Pessoal