A Eletrobras (ELET3, ELET6) continua chamando a atenção do mercado após sua privatização em 2022 e um ambicioso plano de reestruturação. Analistas destacam que a empresa, maior elétrica do Brasil, pode alcançar dividendos de até 20% ao ano em 2030, mesmo com riscos de curto prazo.
A companhia passou por uma mudança estratégica significativa, saindo do controle estatal para um modelo privado, com foco na eficiência operacional, cortes de custos e investimentos em geração e transmissão. Este processo de transformação — conhecido como turnaround — inclui desinvestimentos em ativos não estratégicos e uma expectativa de reduzir a alavancagem para 2,9 vezes até 2029.
Por que os analistas estão otimistas?
Relatórios recentes projetam que a Eletrobras negocia atualmente a preços atrativos, oferecendo um prêmio em relação a títulos públicos de longo prazo. Apesar de uma falta de “catalisadores” imediatos — ou seja, eventos que impulsionem a ação no curto prazo — o potencial de valorização em 12 meses é estimado em cerca de 30%, além de um retorno médio de fluxo de caixa ao acionista de 14% ao ano entre 2025 e 2030.
Indicador | Atual | Projeção para 2030 |
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Dividend Yield | ~3% | até 20% |
Alavancagem (dívida/EBITDA) | >3x | 2,9x |
Potencial de valorização (12 meses) | — | 30% |
Fluxo de caixa ao acionista (2025-30) | — | 14% a.a. |
A visão do mercado combina duas óticas: como uma utility tradicional, devido ao seu braço de transmissão estável e previsível, e como uma geradora sujeita à volatilidade dos preços de energia no mercado livre, semelhante a uma empresa de commodities.
Por que não agora?
Mesmo com boas perspectivas para o longo prazo, os analistas alertam que a Eletrobras ainda não deve se destacar como grande pagadora de dividendos nos próximos 1-2 anos. Essa fase inicial é vista como um período de acumulação e execução do plano estratégico, necessário para sustentar dividendos robustos no futuro.
Estratégia para investidores
Para quem busca renda imediata, outras elétricas podem ser mais indicadas. No entanto, para quem pode esperar e quer se expor a uma tese de transformação com potencial expressivo de retorno e dividendos elevados no médio/longo prazo, a Eletrobras surge como uma oportunidade interessante — desde que em uma posição controlada dentro de uma carteira diversificada.
A aposta é que, após completar sua reestruturação e reduzir sua dívida, a empresa poderá liberar mais caixa para remunerar os acionistas, ampliando sua atratividade no mercado.
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