É da ginástica artística a maior medalhista do Brasil na história das Olimpíadas – Rebeca Andrade. Mas, diferente de outros esportes, em que ídolos emergem sem a estruturação da modalidade (foi assim com Guga no tênis), na ginástica é nítida a construção da modalidade ao longo das últimas duas décadas. E tudo começou com um sobrenome: Hypólito.
Os irmãos Daniele e Diego podem ser considerados os “tios” que desbravaram a ginástica artística no Brasil quando o destaque nas mídias e entre os patrocinadores era algo impensável.
A multicampeã Daniele Hypólito está em Belo Horizonte essa semana para uma série de eventos da faculdade Estácio, da qual é garota-propaganda. Em conversa com o portal BHAZ, a atleta recordou os primeiros passos e a resiliência até conquistar a primeira medalha em mundiais de ginástica do Brasil.
“A geração de hoje conhece muito a história da Rebeca, da Flávia, da Jade, mas muitas vezes não conhecem de onde iniciou essa subida da ginástica para ter a exposição que tem hoje. E poder atingir outros ambientes falando sobre um esporte que está crescendo no Brasil… Eu não tenho palavras para descrever a importância disso”, comenta.
No início dos anos 2000, a atleta competia pelo Flamengo e o clube atravessava uma crise financeira, o que impactou o financiamento dos esportes olímpicos. A solução foi recorrer a um ídolo nacional que ela havia conhecido pouco tempo antes. “O Ronaldo acreditou em mim”, recorda a ginasta que viajou para a Bélgica com tudo pago pelo Fenômeno para disputar o mundial da categoria em 2001. A ajudinha garantiu a prata no solo para Hypólito, a primeira de muitas que o país conquistaria em campeonatos mundiais dali em diante.
Hoje, Danyele leva consigo um lema: “Sonhe com o impossível, mas faça todo o possível para alcançar o impossível”. E reforça a mensagem para os alunos das escolas estaduais Celso Machado e Caio Nelson de Sena, que puderam fazer perguntas à atleta durante o encontro na unidade da Estácio no Via Shopping: “Desistir é o caminho mais fácil da caminhada”.
Como parte da ação comemorativa da Estácio, Daniele Hypólito participará de outros bate-papos inspiradores com estudantes. Durante a passagem por Minas Gerais, a atleta também visitará as cidades de Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, além de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
“Eu acho que o esporte tem que estar introduzido na vida da criança desde pequena, porque o esporte é voltado para a educação, saúde e cultura. Quando você coloca uma criança desde cedo no esporte, você consegue mostrar a importância desses pilares. É sensacional, eu fui criada no esporte e não me arrependo nem um pouco disso”, continua.
A veterana também comentou o atual momento da ginástica brasileira, impulsionado pelo talento das atletas mais jovens: “É um potencial gigantesco, tanto que as meninas são medalhistas mundiais e olímpicas. E hoje gente tem o maior nome do esporte que é a Rebeca. A gente sempre conversa naturalmente, porque elas já treinam tanto que a minha parte é torcer, abraçar e fazer a parte carinhosa do esporte”.
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