O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (10) uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA, com início em 1º de agosto. A decisão foi justificada como resposta a uma relação comercial considerada “injusta” e à suposta perseguição do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a empresas americanas.
Em carta ao presidente do Brasil, Trump afirmou que o Brasil “tarifa demais” os produtos americanos, trata empresas dos EUA com insegurança jurídica e aplica censura a plataformas digitais. “Se vocês nos taxam, nós também vamos taxar”, disse.
Logo após o anúncio, o índice futuro do Ibovespa caiu 2,25%, sinalizando o temor do mercado com os efeitos da medida.
Impactos imediatos no Brasil e nos EUA
Para o Brasil
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Dificuldade para redirecionar exportações no curto prazo.
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Pressão sobre a balança comercial.
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Possível aumento do déficit fiscal.
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Alta de preços para produtos importados dos EUA, como eletrônicos e tecnologia.
Para os EUA
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Aumento de custos com produtos brasileiros, o que pode pressionar a inflação interna.
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Necessidade de buscar novos fornecedores em outros países.
Reação do mercado e riscos para a bolsa
No mesmo dia do anúncio, o mercado financeiro já antecipou um cenário pessimista. O Ibovespa futuro recuou 2,25%, e analistas preveem novas quedas caso não haja acordo rápido.
Especialistas destacam que setores exportadores como agropecuária, mineração e siderurgia devem sofrer mais, enquanto empresas menos dependentes dos EUA poderiam ser menos impactadas.
Tabela: possíveis impactos econômicos da tarifa
Impacto | Brasil | EUA |
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Inflação | Alta de preços com retaliação | Pressão inicial nos preços |
Balança comercial | Déficit pode aumentar | Dépendência de novos fornecedores |
Bolsa de valores | Queda no curto prazo | Oscilação menor |
Relação política | Aumento das tensões | Pressão diplomática |
Motivações políticas e comerciais
Trump também criticou o tratamento dado a Jair Bolsonaro pela Justiça brasileira, classificando-o como “vergonha internacional” e “caça às bruxas”. Além disso, condenou as ordens judiciais contra plataformas digitais e multas a empresas americanas no Brasil.
Segundo ele, as tarifas buscam “igualdade”, mas a alíquota de 50% foi considerada exagerada por economistas. Caso o Brasil responda com novas tarifas, o conflito pode se intensificar.
A tarifa entra em vigor em 1º de agosto, mas até lá, há espaço para negociações diplomáticas. Caso o Brasil reduza tarifas sobre produtos americanos e revise políticas contra empresas dos EUA, a medida pode ser revista ou ajustada.
Especialistas alertam que o impasse pode durar semanas ou meses, com impactos prolongados sobre a economia, inflação e mercado de capitais.
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