Com a Selic em um dos maiores patamares dos últimos 15 anos — atualmente em 15% ao ano — os fundos imobiliários de papel têm se mostrado uma alternativa atraente para quem busca altos dividendos. Esse cenário de juros elevados deve perdurar por, ao menos, mais um ano, segundo a curva de juros futuros e projeções do Banco Central.
Enquanto os fundos de tijolo ainda estão descontados, os fundos de papel — que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) atrelados ao CDI e à Selic — entregam rendimento imediato aos investidores.
Por que a Selic alta favorece os FIIs de papel?
A Selic alta impacta diretamente os CRIs indexados ao CDI, que compõem a carteira dos FIIs de papel. Com a curva de juros indicando apenas uma leve queda a partir de meados de 2026, os rendimentos elevados devem permanecer no curto e médio prazos. Essa dinâmica cria oportunidades para investidores que desejam rentabilizar sua carteira enquanto os juros estão no pico.
Três fundos para aproveitar a Selic alta
VGIR11
O VGIR11, gerido pela Valora, é negociado na faixa dos R$ 9,50, com um P/VP de 0,97 — próximo ao valor justo. Paga atualmente cerca de 13,8% ao ano em dividendos, isentos de IR. Possui R$ 1,4 bilhão em patrimônio e mais de 250 mil cotistas. No entanto, apresenta um risco maior devido à concentração de aproximadamente 20% do portfólio em um único devedor.
Pontos fortes:
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Dividend yield elevado (cerca de 13,8% a.a.)
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Cotação descontada
Pontos de atenção:
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Concentração elevada em um único crédito
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Gestora menos transparente, com múltiplas taxas
KNCR11
Já o KNCR11, da Kinea, é um dos fundos mais tradicionais do mercado, com R$ 8 bilhões em patrimônio e mais de 400 mil cotistas. Negociado próximo a R$ 104, tem um P/VP levemente acima do valor justo (101,83). Paga cerca de 12% ao ano e é conhecido pela estabilidade e diversificação da carteira, com mais de 76 CRIs.
Pontos fortes:
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Baixo risco e alta diversificação
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Gestora renomada e transparente
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Bom histórico de pagamento de dividendos
Pontos de atenção:
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Cotação acima do valor justo
KNUQ11
Por fim, o KNUQ11, também da Kinea, oferece uma opção com maior potencial de retorno, mas também com mais risco. Ele investe em CRIs com prêmios mais altos (CDI+5% ou mais), gerando dividendos próximos a 13% ao ano. Com patrimônio de R$ 1,5 bilhão e cerca de 37 mil cotistas, é ideal para quem aceita maior volatilidade em troca de rendimentos superiores.
Pontos fortes:
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Dividend yield elevado com foco em high yield
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Boa diversificação para o porte
Pontos de atenção:
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Maior risco de crédito pela estratégia mais agressiva
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Cotação acima do valor justo
Equilibrando a carteira
Especialistas recomendam uma carteira equilibrada entre FIIs de papel e de tijolo, já que os papéis tendem a performar bem com a Selic alta, enquanto os tijolos se beneficiam quando os juros caem. Com a expectativa de juros elevados por mais um ano, os FIIs de papel permanecem atraentes para os próximos meses.
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