
Gigante pioneiro do gênero foi movido pelo espírito do rock’n’roll desde o início da carreira em 1957. Erasmo Carlos (1941 – 2022)
Reprodução / Facebook Erasmo Carlos
♫ MEMÓRIA
♫ Em 13 de julho de 1985, no calor do momento histórico do Live Aid, megaevento intercontinental que reuniu as maiores estrelas do universo pop dos Estados Unidos e da Inglaterra em show beneficente, Phil Collins sugeriu que 13 de julho ficasse instituído como o Dia Mundial do Rock.
Em que pesem as boas intenções do artista inglês, a sugestão dada por Collins há exatos 40 anos foi acatada somente no Brasil, mesmo assim a partir da década de 1990. E, por mais que seja irônico o fato de uma data mundial ser celebrada somente em um país, o Dia Mundial do Rock gera comemorações em escala nacional.
E Dia Mundial do Rock, no Brasil, é dia de Erasmo Esteves (5 de junho de 1941 – 22 de novembro de 2022), o pioneiro roqueiro brasileiro imortalizado com o nome artístico de Erasmo Carlos.
De mau, o cantor, compositor e músico carioca tinha somente a fama cultivada com boa dose marketing na era da Jovem Guarda. Mas o artista encarnou o espírito do rock e foi como legítimo roqueiro que Erasmo Carlos se tornou gigante.
Erasmo foi o gigante gentil sem nunca deixar de ser, na alma, o menino que, no balanço frenético das horas em que o rock’n’roll mudou o mundo a partir de 1956, fez parte entre 1957 e 1961 de conjuntos juvenis como The Sputniks – também integrado pelo futuro amigo de fé Roberto Carlos e pelo desde sempre rebelde Tim Maia (1942 – 1998) – The Boys of Rock e The Snakes.
Com Roberto, Erasmo constituiu uma das parcerias fundamentais da música brasileira. Foram roqueiros antes da Jovem Guarda – o rock Parei na contramão, marco zero da parceria, de 1963 – durante o reinado juvenil e, no caso de Erasmo, também depois que as jovens tardes de domingo ficaram na memória afetiva de quem viveu a febre da juventude, pela tela da TV ou no auditório da TV Record, no Brasil dos anos 1960.
Na década de 1970, Roberto virou o rei da canção romântica e Erasmo amadureceu, cresceu e apareceu em outras frentes da música brasileira. O Tremendão foi hippie, caiu no samba-rock, aludiu à maconha em letras de música e enveredou pelo soul e pelo funk, sem jamais renegar o rock que movia o espírito do artista. É por isso que hoje é dia de Erasmo, bebê…