Os dividendos de Petrobras e Taesa continuam chamando a atenção dos investidores para 2025. Segundo análises recentes, mesmo com a volatilidade do petróleo e o alto nível de investimentos em transmissões elétricas, ambas as empresas devem manter distribuições atrativas — podendo superar 10% no caso da Petrobras e chegar a 8% no caso da Taesa, considerando as cotações atuais.
Contudo, o cenário não é livre de riscos. Investir em empresas cíclicas como a Petrobras, altamente dependente do preço do petróleo e sujeita a pressões políticas, pode ser desafiador para investidores menos experientes. Já na Taesa, o elevado endividamento resultante dos investimentos em novos projetos de transmissão deve pressionar os resultados no curto prazo, mesmo com um histórico consistente de pagamento de proventos.
Petrobras: dividendos generosos dependem do petróleo e da disciplina financeira
A Petrobras vem entregando dividendos elevados nos últimos anos, sustentados por boa geração de caixa, dívida controlada e baixos custos de extração no pré-sal — em torno de US$ 28 por barril. Atualmente, o preço do petróleo se mantém entre US$ 65 e US$ 70, bem acima do piso necessário para garantir o dividendo mínimo de US$ 4 bilhões (yield de aproximadamente 5,3% considerando o valor de mercado atual).
Num cenário favorável, com o barril próximo dos patamares atuais e mantendo a política de distribuir 45% do fluxo de caixa livre, o dividend yield pode ultrapassar 10%.
Por outro lado, o histórico mostra que a ação já caiu até 70% em ciclos de baixa, evidenciando o risco para quem não tolera longos períodos de queda no patrimônio e nos proventos.
Taesa: investimentos pesados agora, dividendos crescentes depois
Já a Taesa reforça sua posição entre as principais pagadoras de dividendos do setor elétrico, mesmo em meio a um ciclo intenso de investimentos. Desde 2021, a empresa investiu cerca de R$ 1 bilhão por ano, com um pico previsto para 2025 entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão.
Essa estratégia aumenta a alavancagem no curto prazo, mas cria potencial para receitas estáveis e crescentes no futuro, graças a contratos corrigidos pela inflação por até 30 anos. Para 2025, a Taesa projeta distribuir 90% do lucro regulatório em dividendos, o que resultaria em um yield próximo a 8%, mesmo com dívida elevada.
O balanço do 2º trimestre, com divulgação em 13 de agosto, pode trazer novidades sobre proventos para o segundo semestre.
Cautela e estratégia: quando aumentar ou reduzir a renda fixa na carteira?
Um ponto central para investidores focados em renda passiva é ajustar a exposição entre ações e renda fixa de acordo com as condições de mercado. Em períodos de Bolsa barata, como em 2024, é possível encontrar ações pagando 8% a 12% de yield, justificando uma alocação menor em renda fixa. Já em momentos de alta, com preços esticados, a renda fixa ganha espaço como reserva para novas oportunidades.
Expectativas para os próximos anos
Tanto Petrobras quanto Taesa mostram que é possível conciliar dividendos relevantes com crescimento de longo prazo — desde que o investidor tenha estômago para enfrentar períodos de baixa e compreenda os riscos específicos de cada setor. O segredo está em diversificar, reinvestir os proventos e aproveitar as quedas para aumentar a base acionária, fortalecendo a renda passiva futura.
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