HGLG11 enfrenta desafios com dividendos, reservas e possível emissão

O fundo imobiliário CSHG Logística (HGLG11) está no centro das atenções do mercado após convocar assembleia geral extraordinária (AGE) para aprovar uma nova emissão de cotas. Com um patrimônio líquido de R$ 5 bilhões e um portfólio robusto de galpões logísticos, o fundo enfrenta desafios para sustentar o nível atual de distribuição de dividendos, utilizando reservas para manter a atratividade aos cotistas.

Desde que os rumores sobre a AGE surgiram, a cota do fundo recuou para cerca de R$ 155, negociando abaixo do valor patrimonial (R$ 162), refletindo a cautela dos investidores diante de incertezas sobre a destinação dos recursos captados.

Dividendos pressionados e uso de reservas

Em junho, o fundo distribuiu dividendos correspondentes a 103% do resultado, o que já indica esgotamento do caixa. Parte dos pagamentos foi sustentada por reservas, atualmente em torno de R$ 0,50 por cota. Mantido o ritmo de retirada, as reservas se esgotariam em poucos meses.

Além disso, a renda recorrente do fundo está projetada para cair, chegando a R$ 1,15 por cota em 2026, contra os atuais R$ 1,20.

Tabela: Indicadores financeiros do HGLG11

Indicador Valor Atual
Patrimônio líquido R$ 5 bi
Valor patrimonial por cota R$ 162
Cotação atual R$ 155
Vacância física 3,6%
Alavancagem 8%
Reserva por cota R$ 0,50
Resultado distribuído / resultado gerado 103%

A AGE tem como pauta aprovar a 10ª emissão de cotas. Embora a gestão tenha divulgado nota negando que a assembleia contemple incorporação de ativos, como os galpões do Pátria Logística ou do LVBI11, não descartou essa possibilidade no futuro.

O mercado especula que uma potencial aquisição de galpões ou incorporação de fundos possa ocorrer após a captação, considerando a necessidade do HGLG11 em reforçar caixa e portfólio para manter sua competitividade.

Vacância baixa e novos contratos

Apesar dos desafios financeiros, o fundo mantém vacância física abaixo de 4%, com novos contratos assinados e obras de expansão aceleradas para atender locatários como o Mercado Livre. Os gestores destacam que a qualidade dos ativos e a demanda por logística continuam positivas, mesmo em cenário de juros altos.

Caixa e passivo sob pressão

O HGLG11 tem um passivo de aproximadamente R$ 745 milhões, com R$ 140 milhões a pagar nos próximos seis meses. A carteira de renda fixa soma pouco mais de R$ 150 milhões — o que mostra que as obrigações de curto prazo quase esgotam a liquidez do fundo.

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