POR QUE ESTUDAR NO INSTITUTO ESPE?


Essa é uma pergunta importante, tendo em vista que o Instituto ESPE é uma instituição dedicada ao ensino e à pesquisa deste campo, ou seja, a psicanálise não é mais um curso em nosso portfólio. Com cursos que articulam teoria, clínica e ética, professores renomados de todo o país e uma atuação que ultrapassa as salas de aula, somos um espaço de pesquisa e reflexão, dedicado ao encontro, à escuta e ao pensamento crítico. Contamos com mais de 300 analistas entre professores, coordenadores e pesquisadores, engajados em diversos projetos acadêmicos. Atualmente, oferecemos turmas presenciais em 10 regiões do Brasil, além de turmas online que atendem estudantes de todo o país. Temos mais de 10.000 alunos matriculados em cursos de pós-graduação e mais de 20.000 em cursos livres e seminários. Para além da atuação acadêmica, o Instituto ESPE também atua como uma holding, sendo proprietário de uma faculdade, uma plataforma de streaming e uma editora. Conheça o relato da psicanalista Dra. Renata Wirthmann, atualmente docente e coordenadora do instituto ESPE:
Relato da Dra. Renata Wirthmann
Há anos venho buscando formas de ampliar e democratizar o acesso à psicanálise no Brasil. Esse desejo, que sempre me acompanhou como um compromisso ético e profissional, me conduziu, em 2021, ao conhecer o Instituto ESPE. Ainda estávamos na pandemia, um tempo em que o isolamento parecia tornar ainda mais difíceis os encontros e as trocas que alimentam o trabalho de quem, como eu, vive da palavra e da escuta. Foi então que recebi o convite da querida colega Marina Bialer, psicanalista, para falar sobre a clínica psicanalítica com crianças em uma de suas turmas de pós-graduação do ESPE em São Paulo.
Pouco tempo depois, veio outro convite: falar, em uma aula aberta transmitida pelo YouTube, sobre o impacto da pandemia nas crianças. Desde então, minha relação com o ESPE foi se estreitando e, sem que eu me desse conta, tornou-se parte importante da minha própria travessia como psicanalista. Ali encontrei um espaço de interlocução viva, um lugar de circulação de ideias e, sobretudo, um meio de acesso a milhares de pessoas que, como eu, estão comprometidas com uma formação contínua em psicanálise marcada pelo que há de mais necessário nesse campo: o encontro, a troca, a escuta.
Ainda me lembro da surpresa que senti ao perceber, por trás da tela, os mais diversos sotaques de um Brasil imenso. Eram estudantes e profissionais vindos de todas as regiões do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste. No meu caso, que estou aqui no Centro-Oeste, mais precisamente no interior de Goiás, na pequena cidade de Catalão, com seus pouco mais de cem mil habitantes, esse encontro teve um sabor especial. Foi como abrir uma janela a partir do meu cantinho tão amado e, sem sair de casa, apresentar meu trabalho e dialogar com todo o país.
Sou pesquisadora, escritora, psicanalista, professora — mas também uma pessoa que escolheu viver no interior. E essa é uma escolha que, por muitos anos, impôs o preço do deslocamento constante para manter viva a interlocução com o campo da psicanálise. Era necessário ir aos grandes centros, especialmente Brasília e São Paulo, para seguir em contato com debates, cursos e congressos. Hoje, graças a espaços como o ESPE, esses grandes centros e os pequenos lugares do país se encontram de forma acessível e, diria mais, de forma profundamente ética. Isso não é apenas uma conquista tecnológica; é um gesto civilizatório, um verdadeiro ato de resistência diante da lógica da exclusão.
Embora existam muitas instituições oferecendo cursos online, a proposta do ESPE é singular. Sua aposta na articulação entre psicanálise, filosofia, arte e saúde ressoa o que Freud já defendia em 1927: “o conteúdo programático para o analista ainda precisa ser criado, ele precisa abarcar tanto o conteúdo das Ciências Humanas, o conteúdo psicológico, histórico-cultural e sociológico quanto o anatômico, biológico e histórico-evolutivo.” Não se trata, portanto, apenas de acumular conhecimentos, mas de atravessar uma formação que permita sustentar a complexidade da experiência humana e que se recuse a reduzir o sofrimento a diagnósticos apressados ou a patologias a serem eliminadas.
Essa perspectiva atravessa todas as esferas do Instituto ESPE. Da proposta pedagógica, ancorada no rigor teórico das obras de Freud, Lacan e outros teóricos fundamentais, até a constante preocupação em enfrentar os desafios contemporâneos da clínica, o que se oferece ali não é uma simples formação técnica, mas a possibilidade de repensar a formação do analista como uma construção ética e singular. Num cenário cada vez mais marcado pela pressa, pela superficialidade e pela promessa de soluções imediatas para sofrimentos complexos, o ESPE se mantém como um espaço de resistência, afirmando a importância de um percurso formativo que se funda na experiência, na reflexão crítica e na abertura ética diante do impossível.
Basta olhar a lista de professores convidados nos cursos do ESPE para perceber a dimensão desse projeto: docentes de universidades públicas e privadas de todo o Brasil, psicanalistas ligados às principais escolas de psicanálise do país, todos reunidos em torno do compromisso de construir uma verdadeira rede nacional de transmissão e formação psicanalítica. É um espaço onde professores e alunos vêm de todos os cantos do território, compondo uma rede que não apenas fortalece a psicanálise no Brasil, mas também ressignifica o que significa formar-se analista na atualidade. Essa aposta ética e política não se restringe às salas de aula ou aos encontros virtuais. O Instituto tem ampliado suas frentes de atuação, investindo na produção e na circulação de saberes que ultrapassam os limites da formação formal como podcast, canal no youtube, plataforma de cursos online, editora — a Sinthoma — e, até, peças de teatro, ampliando ainda mais as possibilidades de formação.
Tudo isso faz do ESPE um vasto e importante espaço de pensamento, criação, resistência e, principalmente, de aposta na psicanálise. Em tempos tão atravessados pelo discurso da eficácia e da produtividade, escolher um percurso como o que o ESPE propõe é também escolher sustentar uma ética: a de não ceder ao apelo das soluções fáceis e rápidas, de não recuar diante da complexidade do sofrimento, de manter viva a aposta na palavra, na escuta e na invenção de novos modos de lidar com o impossível.
Se você, como eu, considera que a formação do analista não pode ser reduzida a um protocolo ou a um conjunto de técnicas, mas é, antes de tudo, uma travessia ética, talvez este também seja um importante espaço de interlocução pra você também. Afinal, como bem sabemos na psicanálise, só se forma como analista quem, antes de tudo, se coloca à altura do próprio desejo. E essa é, para mim, a maior aposta que cada um de nós pode fazer na nossa própria formação.
Saiba mais em: https://www.institutoespe.com.br/
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