Governo do RJ cria grupo de trabalho para avaliar impacto de tarifas dos EUA na economia do estado


Cláudio Castro em agenda no RJ (imagem de arquivo)
Cristina Boeckel/g1 Rio
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), anunciou nesta quarta-feira (16) a criação de um grupo de trabalho para avaliar os impactos econômicos das tarifas de exportação de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
A medida, publicada em edição extraordinária do Diário Oficial, tem como objetivo elaborar um diagnóstico detalhado dos efeitos do chamado “tarifaço” na economia do Rio de Janeiro e propor estratégias para mitigar os prejuízos.
“O Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os EUA, especialmente de petróleo refinado e produtos de ferro e aço. No ano passado, foram U$ 7,4 bilhões em produtos vendidos para aquele país”, disse Castro.
“Com os estudos do grupo de trabalho, vamos não só avaliar os efeitos dessa medida na economia fluminense, mas também criar formas e meios de minimizar os impactos causados para o Rio de Janeiro”, afirmou o governador.
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O Grupo de Trabalho Executivo será coordenado pela Secretaria da Casa Civil e contará com representantes das secretarias do Gabinete do Governador, Planejamento e Gestão, Fazenda, Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, além da pasta de Energia e Economia do Mar.
Também serão convidados representantes de instituições do setor produtivo fluminense, que contribuirão com diagnósticos e sugestões para a formulação de um plano de ação.
Segundo o secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, que presidirá o grupo, o diagnóstico será essencial para embasar políticas públicas de resposta à medida americana.
“A partir destes estudos poderemos pensar em estratégias que reduzam o impacto e criem uma rede de proteção para a economia do RJ”, explicou.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, reuniões setoriais já estão sendo agendadas, inclusive com empresas diretamente afetadas.
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Tarifas de Trump
A criação do grupo de trabalho ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na semana passada a imposição de tarifas de 50% sobre a importação de produtos brasileiros.
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A medida, que pode entrar em vigor em agosto, afeta principalmente commodities e bens industrializados, e foi justificada pelo governo americano como uma ação para proteger a indústria nacional diante do aumento das importações.
Contudo, na última terça-feira (15), o presidente dos Estados Unidos afirmou que decidiu impor tarifas de 50% sobre a importação de produtos brasileiros porque “pode fazer isso” e quer “dinheiro entrando” no país.
O presidente Donald Trump
Jonathan Ernst/Reuters
A declaração, que ignora fatores econômicos, foi dada após jornalistas questionarem o republicano sobre a tarifa imposta ao Brasil. A medida é a mais alta até agora, entre mais de 20 países que devem enfrentar cobranças elevadas sobre importação nos EUA a partir de 1º de agosto.
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