Ativista trans é estrangulada por homem, e se joga em córrego para fugir: ‘falava que ia me matar’


Ativista trans Duda Negretto sofreu tentativa de homicídio em Araras na quarta-feira (16). Ela perdeu três dentes e levou pontos no queixo.
Arquivo pessoal
A ativista trans Duda Negretto, de 46 anos, foi estrangulada por um homem desconhecido com golpe de mata-leão, na noite de quarta-feira (16), em Araras (SP). Para escapar da violência, ela se jogou em um córrego na Avenida Dona Renata. Ela acredita em transfobia.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio e é investigado pela Polícia Civil. Ninguém foi preso. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima desmaiou com o golpe e perdeu três dentes.
“Ele me falava que ia me matar e que não ia sair viva. Nunca vi esse homem. Não tentou me abusar sexualmente, nem me roubou, foi uma tentativa de assassinato. Eu cheguei a desmaiar e atravessei o ribeirão para escapar dele”, disse.
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Duda contou que o homem ainda pulou atrás dela no córrego do Facão e tentou enforcá-la novamente, mas ela conseguiu gritar por socorro e o agressor fugiu.
A ativista foi encaminhada para o Hospital São Leopoldo Mandic, onde recebeu pontos no queixo e foi medicada.
Segundo o advogado da vítima, Lucas Roberto Silva, o hospital não solicitou exame de corpo de delito, mas a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) vai oficiar o hospital para apresentar a ficha do atendimento.
Duda é ativista LGBTQIA+ de Araras e foi estrangulada por um homem desconhecido: “falou que ia me matar”
Arquivo pessoal
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Ataque em avenida
Duda estava voltando para a sua casa por volta das 22h30 pela Avenida Dona Renata, perto do pontilhão da Rodovia Anhanguera. A via é utilizada diariamente por ela.
De acordo com o B.O, o agressor passou pela vítima três vezes e a atacou utilizando pronomes masculinos.
“Ele falava com ela no pronome masculino, dizendo que “ele era uma desgraça” e que ia morrer. Apertou o pescoço até desmaiar, ele pensou que ela tivesse morrido. Acreditamos que foi motivado por transfobia”, comentou o advogado .
A Polícia Civil investiga o caso e vai solicitar imagens de câmeras de segurança dos comércios ao redor.
Córrego do Facão em Araras (SP)
Google Street View
Crime
Transfobia é um ato discriminatório contra pessoas transgênero. Ela pode ser física ou psicológica. Em agosto de 2023, O STF decidiu permitir o reconhecimento de atos de homofobia e transfobia como crime de injúria racial. Em 2019, a Corte já havia enquadrado esse tipo de discriminação ao crime de racismo.
A ação foi analisada pelo Supremo por meio do plenário virtual. No pedido, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) argumenta que a equiparação é necessária para assegurar proteção à pessoa LGBTQIA+, além do coletivo.
Como denunciar LGBTfobia
Todos os distritos policiais do estado estão aptos a acolher as vítimas, registrar e investigar os crimes. As ocorrências também podem ser comunicadas pela internet, por meio da Delegacia da Diversidade online.
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