O Bitcoin renovou sua máxima histórica, atingindo a marca de R$ 123 mil por unidade, e reacendeu um velho dilema entre investidores: vender agora, manter a posição ou aumentar os aportes?
O momento é de euforia para quem já investe, mas também de atenção redobrada. Especialistas destacam que o mercado de criptomoedas é o mais arriscado do mundo — mais volátil que ações — e exige perfil compatível, disciplina e uma estratégia bem definida para não perder dinheiro nas inevitáveis oscilações.
Entenda os ciclos do Bitcoin: alta, queda e oportunidades
Nos ciclos anteriores, o Bitcoin chegou a cair 86% em um único ano. A expectativa para a próxima temporada de baixa — prevista para começar em 2026 — é de uma queda menor, estimada entre 60% e 65%, segundo analistas. Essa redução na volatilidade é explicada pelo amadurecimento do mercado, que hoje exige maior volume de capital para ser movimentado e já conta com investidores mais experientes.
Confira as quedas dos ciclos passados:
Ano | Queda Máxima (%) |
---|---|
2014 | -86% |
2018 | -84% |
2022 | -77% |
2026 (projeção) | -60% a -65% |
1. Quem ainda não investe
Para iniciantes, este não é o momento ideal para entrar pesado no mercado. Apesar de ainda existir espaço para ganhos pontuais de 20% a 50% até o final do ano, o risco agora é elevado após uma valorização de mais de 600% desde 2023. É recomendável destinar apenas uma pequena parte do capital, caso já tenha uma reserva de emergência e investimentos seguros em outras classes.
2. Quem já investe há pouco tempo
Para quem começou a investir recentemente, é hora de cautela. Se você já obteve um retorno de cerca de 30%, considere pausar os aportes para evitar aumentar o risco sem necessidade, já que a exposição já cresceu naturalmente com a alta do ativo.
3. Quem investe há mais tempo
Se você entrou no mercado antes de outubro de 2024, provavelmente já acumula lucros de 80% ou mais. Nesse caso, pode ser uma boa estratégia realizar parte dos lucros (cerca de 20% da posição), reduzir o risco e rebalancear a carteira, mantendo uma exposição moderada ao Bitcoin para aproveitar possíveis altas adicionais.
É hora de vender tudo?
Apesar da expectativa de queda em 2026, especialistas não recomendam zerar a posição em Bitcoin. Realizar lucros parciais e rebalancear é mais indicado do que sair completamente do mercado, já que há chances de o ciclo ser quebrado e o preço estabilizar em níveis elevados.
A expectativa é que o topo do atual ciclo seja alcançado até outubro deste ano, possivelmente em torno de R$ 140 mil a R$ 150 mil, mas essa é uma estimativa sujeita a fatores econômicos globais, como cortes de juros e decisões políticas.
O Bitcoin no longo prazo
O Bitcoin continua sendo visto como um ativo relevante para o longo prazo, principalmente por seu caráter deflacionário (o chamado halving reduz a emissão de novas moedas a cada quatro anos) e pela possibilidade de proteção patrimonial em cenários de crises políticas e econômicas.
Em 2026, caso a projeção de queda se concretize, o preço pode voltar para a faixa de R$ 70 mil — um patamar mais atraente para investidores com perfil conservador ou para quem pretende acumular a longo prazo.
O momento exige cuidado e planejamento. A estratégia ideal depende do seu perfil, do tempo que já está no mercado e do quanto já ganhou. O essencial é manter o controle emocional, não se deixar levar pela euforia e sempre lembrar: o Bitcoin pode subir ainda mais, mas também pode cair — e cair muito.
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