Uma poética da matéria: Manfredo de Souzanetto
A exposição “da terra, o que vem…”, do artista Manfredo de Souzanetto, foi prorrogada até o dia 2 de agosto na Galeria Simões de Assis, em São Paulo. A mostra apresenta obras produzidas entre os anos 1970 e 2025. Dessa forma, o público tem a chance de acompanhar cinco décadas de pesquisa artística em torno da matéria, da paisagem e da arquitetura.
Souzanetto é conhecido por trabalhar com pigmentos naturais, extraídos da terra de Minas Gerais — muitas vezes de minas abandonadas. Esses minerais, misturados à resina acrílica, se transformam em pinturas densas, que também incorporam madeira, pedra e metal. Com isso, o artista tensiona os limites entre pintura e escultura.

Estruturas que rompem padrões
As obras expostas são marcadas por formatos irregulares e estruturas criadas pelo próprio artista. Elementos geométricos, como triângulos e retângulos, conectam diferentes telas, rompendo a orientação tradicional da pintura. Algumas peças são instaladas em ângulos oblíquos ou sinuosos, criando composições fluídas e não convencionais.
Além das pinturas, a exposição inclui uma instalação de piso feita com pedras fundidas em bronze, com diferentes tipos de esmaltação. Já na vitrine, o visitante encontra estudos preparatórios e amostras de pigmentos, revelando a dimensão experimental da obra.

Artista em destaque em outras instituições
O momento é especial na carreira de Souzanetto. Paralelamente à mostra na Simões de Assis, o artista apresenta a individual “As montanhas” no Instituto Tomie Ohtake (até 3 de agosto). Ele também integra as coletivas “Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960–70”, na Pinacoteca de São Paulo (até 5 de outubro), e “Cinco Ensaios sobre o MASP: Geometrias”, no MASP (até 3 de agosto).

A escrita como imagem: André Azevedo
No andar superior da galeria, o visitante pode conferir a exposição “Escrita-miragem”, com obras recentes de André Azevedo. O artista combina datilografia, tecido de algodão e tinta carbono para criar 18 trabalhos que transitam entre texto, imagem e tecido.
Azevedo se inspira em figuras de linguagem ligadas ao universo têxtil — como “fio da meada” ou “ponto sem nó” — para propor uma reflexão sobre narrativa e memória. Para ele, o tecido é meio de expressão, porque está no meio: entre o homem e o mundo, e entre o mundo e aquilo que ele reveste.

A Galeria
Fundada em 1984, a Simões de Assis é referência em arte moderna e contemporânea latino-americana. Com sedes em São Paulo, Curitiba e Balneário Camboriú, a galeria atua na preservação de espólios e na promoção de artistas nacionais e internacionais.
Serviço
Exposições:
“da terra, o que vem…”, de Manfredo de Souzanetto
“Escrita-miragem”, de André Azevedo
Período: até 2 de agosto
Local: Galeria Simões de Assis – Alameda Lorena, 2050 – Jardins, São Paulo/SP
Horário: segunda a sexta, das 10h às 19h | sábados, das 10h às 15h
Entrada gratuita
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📸 @simoesdeassis_
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