A cidade brasileira com ‘pezinho’ no Paraguai e que atrai jovens para o sonho da Medicina


Ponta Porã completa 113 anos
Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense localizada na fronteira do Brasil com o Paraguai, vive uma transformação acelerada. Nos últimos anos, milhares de brasileiros de diferentes estados migraram para a região em busca do sonho de cursar medicina. Estima-se que mais de 20 mil pessoas, entre estudantes e familiares, tenham se estabelecido na cidade — e muitos decidiram ficar, segundo último censo do Instituto Brasileiro de Geografias e Estatísticas (IBGE).
É o caso da família Nunes, que tem raízes no Nordeste brasileiro. Jesusmar Nunes chegou em 2021, vindo do Maranhão, para estudar medicina. Apesar da preocupação inicial com a mudança, ele se adaptou rapidamente. Em apenas dez dias, trouxe toda a família para viver na cidade.
“Quando a gente chegou aqui foi uma surpresa positiva exatamente por conta dessa sensação de segurança que a gente teve. Porque lá da onde viemos, a gente vive, sai de casa, não pode estar com o celular, não pode portar um bem de valor, tem que estar sempre tomando cuidado com o seu carro ou com sua moto, ou com qualquer coisa que você ande. E quando chegamos aqui a gene viu que podia sair na rua, atender seu celular e sabe que quando você chega vai encontrar suas coisas no lugar, conta Jesusmar.
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A esposa, Ana Isabel Nunes, é ortodontista e já se estabeleceu profissionalmente em Ponta Porã. “Ponta Porã nos acolheu muito bem e Pedro Juan também, porque eu cheguei a atuar lá como ortodentista. Posso dizer que Ponta Porão foi uma surpresa pra gente”, diz Ana Isabel.
A filha do casal, Laura, de 9 anos, se encantou com a diversidade cultural da região. “Tenho dois amigos que falam espanhol e paraguaio [guarani]. Eu quero aprender línguas diferentes e quero conhecer mais essa língua.
Assim como os Nunes, muitas famílias que chegaram à cidade para acompanhar estudantes decidiram permanecer. Com isso, Ponta Porã passou a registrar um dos maiores crescimentos populacionais de Mato Grosso do Sul.
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Expansão urbana e boom imobiliário
O aumento populacional provocou um boom imobiliário fora da região central. Desde 2022, diversos loteamentos foram criados em áreas que, até pouco tempo atrás, eram apenas mato. Os bairros mais afastados do centro se expandiram, mudando os hábitos de consumo da população.
“Hoje, os moradores buscam serviços e comércio nos próprios bairros, o que descentralizou a economia da cidade”, explica Lucas Henrique de Melo, vice-presidente da Associação Comercial de Ponta Porã.
Estímulo à economia
Segundo a Associação Comercial, essa nova população injeta mais de R$ 50 milhões por mês na economia local. O impacto é visível em diversos setores, como saúde, educação, alimentação e moradia.
“Percebemos a quantidade de pessoas de fora que passaram a frequentar nosso comércio. Quando vamos atender as pessoas a gente vê que tem gente que veio do Nordeste, do Sul, de diversas regiões do país. Outra observação é o crescimento do comércio nos bairros, alguns já têm seus centros comerciais”, explica Lucas Henrique de Melo, vice-presidente da Associação Comercial de Ponta Porã.
Cidade de Mato Grosso do Sul fica na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Arquivo /Reprodução
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