
Eduardo Siqueira Campos é eleito prefeito de Palmas
Djavan Barbosa/Jornal do Tocantins
Após reassumir o comando da Prefeitura de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos) devolveu os cargo do primeiro escalão aos nomes escolhidos por ele no início do mandato. Os nomeados pelo vice, Carlos Velozo (Agir), em 20 dias que esteve no cargo, foram exonerados.
Eduardo estava afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em investigação que apura suposto esquema de vazamento de informações privilegiadas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão preventiva foi revogada na noite de quinta-feira (18).
Os nomes dos que saem e entram na gestão estão em uma edição do Diário Oficial do Município, publicada na tarde desta sexta-feira (18).
📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp
O primeiro ato disponível no Diário é o termo de reassunção da chefia do Poder, ‘ratificando o compromisso de cumprir fielmente os deveres do cargo’, conforme publicação.
Dentro das mudanças está o nome da vereadora Débora Guedes Leandro de Jesus (Podemos), que desde janeiro ocupava o cargo de secretária de Educação do Município. A exoneração foi a pedido e o novo gestor da pasta ainda não foi anunciado.
Confira quem foi exonerado:
Jandir Cardoso de Vasconcelos, do cargo de Secretário Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (a pedido);
Fábio Bernardino da Silva, do cargo de Secretário Municipal Extraordinário de Representação em Brasília;
Warley Marques Rodrigues de Lima, do cargo de Secretário-Chefe do Gabinete do Prefeito;
Fábio Batista Velozo, do cargo de Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Licitações;
Priscila Alencar Veríssimo de Souza, do cargo de Procurador-Geral do Município (a pedido);
Márcio Roberto Freire de Abreu, do cargo de Presidente da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas;
Júlio César do Prado Domingos, do cargo de Secretário Municipal de Comunicação;
Débora Guedes Leandro de Jesus, do cargo de Secretário Municipal de Educação (a pedido);
Juniel Carvalho de Sousa, do cargo de Presidente da Fundação Municipal da Juventude de Palmas.
Veja quem foi nomeado:
Carlos Antonio da Costa Júnior, no cargo de Secretário-Chefe de Gabinete do Prefeito;
Renato de Oliveira, no cargo de Procurador-Geral do Município;
Vicente Alves de Oliveira, no cargo de Secretário Municipal Extraordinário de Representação em Brasília;
Marlem Ribeiro Rodrigues, no cargo de Secretário Municipal de Habitação;
André Luís Nunes Cavalari, no cargo de Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas;
Élcio de Souza Mendes, no cargo de Secretário Municipal de Comunicação;
André Fagundes Cheguhem, no cargo de Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Licitações;
Sérgio Vieira Marques, no cargo de Secretário Municipal de Governo;
Paulo Cezar Monteiro da Silva, no cargo de Secretário Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas;
Rivaldo Azevedo da Silva, no cargo de Presidente da Fundação Municipal da Juventude de Palmas (era secretário executivo da Fundação Municipal da Juventude de Palmas).
Eduardo foi preso no dia 27 de junho deste ano, em nova fase da Operação Sisamnes. A decisão que revogou a prisão domiciliar, que passou a ser cumprida em 8 de julho, após o prefeito sofrer infarto enquanto estava no Quartel do Comando Geral (QCG), é do ministro do STF, Cristiano Zanin. A defesa foi notificada que ele poderia retornar ao cargo na noite de quinta-feira.
Por meio de uma live nas redes sociais ainda na noite de quinta-feira, Eduardo afirmou que faria “justiça aos seus companheiros”.
“Eu mal comecei, então as mangas estão arregaçadas para recuperar o tempo perdido. Eu não tenho tempo para amarras. Eu não tenho tempo para carregar ódio nesse coração. Eu só farei justiça aos meus companheiros que, humilhados, serão exaltados. Assim diz a palavra do Senhor”, disse, ressaltando que os nomes escolhidos no início da gestão retornariam junto com ele.
Saiba o que aconteceu após o retorno do prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos
LEIA TAMBÉM:
Prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira é preso em operação da PF que investiga vazamento de informações sigilosas do STJ
Após 20 dias, STF revoga prisão e libera o retorno de Eduardo Siqueira ao cargo de prefeito de Palmas
‘Farei justiça aos meus companheiros’, diz Eduardo Siqueira após ter prisão revogada e retornar à Prefeitura
STF concede prisão domiciliar ao prefeito afastado de Palmas após ele sofrer infarto no quartel da PM
Carlos Velozo (Agir) explica mudança de secretários e nega crise com Eduardo Siqueira: ‘Estou à disposição’
Vice diz ‘estar à disposição’
Prefeito em exercício de Palmas teve gestão marcadas por trocas no 1º escalão
Em entrevista à TV Anhanguera, o vice Carlos Velozo explicou que não viu problemas nas decisões que tomou nos 20 dias em que esteve como prefeito em exercício. Também negou qualquer divisão dentro da gestão.
“Estou à disposição e pronto para trabalhar. Eu acho que Palmas não pode criar essa animosidade. Da minha parte, não vejo problema, a não ser que haja algum problema da parte do prefeito”, garantiu Velozo.
O vice também afirmou que o retorno de Eduardo não o pegou de surpresa, e que ele já se preparou para voltar ao seu gabinete.
“A decisão do STF do dia 27 me pegou de surpresa, essa não. Porque eu já vinha falando que independente de um dia ou dez, isso poderia acontecer. Então, o STF decidiu, não cabe a gente questionar essas questões, é cumprir. Decisão a gente cumpre. Ontem mesmo quando soube da notícia já me preparei para retornar ao gabinete de vice-prefeito. Estou desde cedo trabalhando, continuando a rotina, porque eu acredito que Palmas não pode ficar refém dessas questões. Palmas é muito maior do que isso”, completou.
Da prisão à soltura: entenda
O prefeito de Palmas estava preso desde o dia 27 de junho deste ano, quando ocorreu uma nova fase da Operação Sisamnes. Ele foi levado para o Quartel do Comando Geral (QCG) após o cumprimento do mandado de prisão preventiva deferido pelo ministro do STF Cristiano Zanin, relator do processo.
Até esta quinta-feira, o prefeito afastado cumpria prisão domiciliar. O benefício foi concedido a Eduardo após ele sofrer um infarto dentro do local onde estava no QCG. Por conta da condição de saúde, Eduardo ficou internado no HGP entre os dias 8 e 11 de julho, onde passou por uma angioplastia com implante de stent, para restaurar o fluxo sanguíneo cardíaco devido ao infarto.
Na decisão desta quinta-feira, o ministro atendeu ao pedido da defesa, que argumentou que a investigação não tem relação com a função pública exercida pelo prefeito, tornando desnecessário o afastamento do cargo. Ao autorizar o retorno às atividades, o Zanin também considerou que a revogação da prisão era necessária para viabilizar os deslocamentos exigidos pelo exercício da função pública de Eduardo.
Porém, o ministro manteve as cautelares de proibição de contato com outros investigados e de sair do país, com retenção do passaporte. A decisão não se estende aos outros dois presos na operação, o advogado Antônio Ianowich Filho e policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.