
Empresário foi morto por desavenças comerciais após reunião de negócios em Cravinhos, SP
O Ministério Público de Cravinhos (SP) denunciou à Justiça, nesta sexta-feira (18), sete pessoas por envolvimento na morte de Nelson Carreira Filho, de 43 anos.
Marlon Couto Paula Júnior, apontado como autor do crime, pode responder por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver, fraude processual e falsidade ideológica. Ele está foragido desde o dia 27 de maio, 11 dias após o assassinato.
Gerente da empresa de Marlon Júnior, Tadeu Almeida Silva foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual por três vezes.
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Ao g1, o advogado Joaquim Romão da Silva Neto, que defende Tadeu, disse que vai provar a inocência dele em relação a participação no homicídio e ele vai responder pelos outros atos praticados.
Também estão na denúncia do MP à Justiça, Marcela Almeida, mulher de Marlon, Felippe Miranda, Marlon Couto Paula e Lilian Patrícia Paula, pais de Marlon, e o irmão dele, Murilo Couto.
Nelson Carreira Filho, Cravinhos, SP
Arquivo pessoal
À EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa de Murilo, Marlon Couto e Lilian informou que os três são inocentes e acredita que a Justiça vai restabelecer as dignidades deles.
“A tese acusatória se sustenta exclusivamente em suposições, sem respaldo em elementos concretos que possam justificar suas responsabilidades pelos fatos narrados. Murilo sequer tinha conhecimento da morte de Nelson, o que só veio a tona dias após, com o noticiário e o início das investigações. Na mesma situação, Marlon Couto Paula e Lilian Paula, em momento algum, corroboraram para qualquer tentativa de fuga de Marcela, pois sequer tinham conhecimento de mandado de prisão expedido em desfavor da mesma”.
O g1 entrou em contato com a defesa de Felippe Miranda, Marcela Almeida e Marlon Júnior, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Todos os denunciados pelo MP foram apontados pela Polícia Civil como envolvidos na morte de Nelson, segundo inquérito apresentado no dia 7 de julho. Apenas Carlos Eduardo da Silva Cunha, indiciado pela polícia por dar falso testemunho em depoimento, não foi denunciado pelo Ministério Público.
Na quinta-feira (17), Felippe Miranda, apontado como o responsável por jogar o corpo de Nelson no Rio Grande, em Miguelópolis (SP), foi solto da prisão por determinação da Justiça.
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Promotor do caso, Paulo Augusto Radunz Junior informou que busca a condenação dos denunciados, o perdimento do veículo usado no crime e indenização de R$ 500 mil para a família de Nelson.
O caso aconteceu há dois meses e, até o momento, o empresário não foi encontrado. As investigações da polícia apontaram que o assassinato foi planejado por Marlon Couto Júnior, por causa de desavenças comerciais.
Antes de o crime acontecer, Felippe, que mora em Uberlândia (MG), esteve em Ribeirão Preto (SP) por, pelo menos, três vezes. Ele é apontado pela polícia como o amigo “quebra-galhos” de Marlon.
Veja abaixo os crimes pelos quais os denunciados respondem:
Malon Júnior: denunciado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual por sete vezes.
Tadeu Almeida Silva: denunciado por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual por três vezes.
Marcela Almeida: denunciada por fraude processual.
Felippe Miranda: denunciado por ocultação de cadáver e fraude processual por duas vezes.
Marlon Couto Paula: denunciado por favorecimento pessoal.
Lilian Patrícia Paula: denunciada por favorecimento pessoal.
Murilo Couto: denunciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
O caso
Nelson Carreira Filho, de 43 anos, que morava em São Paulo (SP), desapareceu no dia 16 de maio após participar de uma reunião de negócios em Cravinhos. De todas as pessoas envolvidas no crime, apenas Tadeu Almeida, gerente da empresa, está preso no momento.
Ele se entregou à polícia duas semanas depois do desaparecimento de Nelson e é suspeito de ajudar Marlon a enrolar o corpo do empresário em lonas antes de ser jogado no rio. Marcela chegou a ser presa, mas a Justiça concedeu liberdade a ela no dia 29 de junho.
Segundo o delegado Heitor Moreira, no dia do crime, Tadeu agendou uma dedetização na empresa onde estava marcada a reunião com a vítima e todos os funcionários foram dispensados. Por conta disso, a polícia acredita que ele tenha ajudado a planejar o crime.
Em depoimento, o gerente afirmou que ajudou a ocultar o corpo de Nelson e que levou o carro do empresário até São Paulo. O veículo foi achado abandonado em uma rua da zona Norte da capital.
À polícia, Tadeu revelou que, após matar Nelson com um tiro, Marlon colocou o corpo em uma caminhonete e o levou até um rancho em Miguelópolis para jogá-lo no rio. Durante a perícia realizada no prédio em Cravinhos, vestígios de sangue foram encontrados com ajuda do luminol.
Felippe Miranda, apontado como o responsável por ajudar Marlon a jogar Nelson no rio, foi preso em Uberlândia (MG) no dia 5 de junho, mas foi liberado na quinta-feira (17) a mando da Justiça. O corpo do empresário ainda não foi localizado.
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