Embaúba Play presta homenagem a Jean-Claude Bernardet com mostra especial

A Embaúba Play — plataforma de streaming dedicada ao cinema brasileiro contemporâneo — realiza nesta semana uma homenagem especial a Jean-Claude Bernardet, que faleceu em 12 de julho. A seleção reúne nove filmes dos últimos 12 anos, nos quais ele participou como ator, diretor ou roteirista. O objetivo é celebrar sua trajetória marcada pela invenção constante e pelas colaborações com diferentes gerações de cineastas.

Bernadet foi crítico, teórico, cineasta, professor, ator e escritor, além de um provocador incansável. Sua obra mistura linguagens — como teatro, ensaio, performance e ficção — desafiando rótulos e ampliando os limites do cinema.

Entre os destaques da programação estão os lançamentos A Última Valsa (2024), Performance com Uísque (2024), Cantando no Chuveiro (2023) e Cama Vazia (2023), todos com direção de Fábio Rogério. Já na plataforma, o público pode conferir outros cinco filmes: Pingo D’Água (2014), Fome (2015), Hamlet (2014), O Homem das Multidões (2013) e #eagoraoque (2021).

Um corpo em constante movimento

Em texto de despedida, a curadora da Embaúba, Barbara Bello, reforça a importância de Bernardet como figura provocadora e inspiradora. “Mesmo sem conhecê-lo, era fácil imaginá-lo no alto do Copan, escrevendo, dançando ou pensando na próxima personagem”, escreve. Para ela, Bernardet era alguém que atravessava gerações e mantinha o cinema em ebulição.

Durante décadas, ele publicou obras fundamentais como Brasil em tempo de cinema (1967), O autor no cinema (1994 e 2018) e Historiografia clássica do cinema brasileiro (1995). Também colaborou com jornais e revistas importantes, como o Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo e o Lampião da Esquina.

Além disso, trabalhou em roteiros como O Caso dos Irmãos Naves (1967) e Um Céu de Estrelas (1996). Atuou ainda em filmes como Gamal, o Delírio do Sexo (1969) e Orgia, ou o Homem que Deu Cria (1970). Como diretor, iniciou sua trajetória com Paulicéia Fantástica (1970) e seguiu filmando até os últimos anos de vida.

A última dança

Nos últimos tempos, Bernardet explorou novas formas de atuação e expressão. Em Pingo D’Água, contracena com Everaldo Pontes em uma cena que fala de desejo e envelhecimento com leveza e coragem. Já em A Última Valsa, aparece ao lado de Helena Ignez no topo de uma montanha, dançando ao vento em um gesto simbólico de liberdade e despedida.

Barbara encerra seu texto com um desejo: que mais jovens descubram a obra de Jean-Claude. “Sua obra não pede reverência. Ela convida ao risco. Que venham novas críticas, novas leituras, novas performances. Que sigamos com Bernardet, na força do conflito, no calor do pensamento.”

A homenagem pode ser conferida no site da Embaúba Play.

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