
Em resposta à chantagem de Trump, Lula diz que vai taxar gigantes americanas de tecnologia
O dólar opera em alta de 0,30% nesta segunda-feira (21), cotado a R$ 5,6044. O mercado analisa o andamento de acordos entre os Estados Unidos e as economias afetadas pelo tarifaço de Donald Trump. No Brasil, destaque para a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à rádio CBN.
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Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,71%;
Acumulado do mês: +2,83%;
Acumulado do ano: -9,58%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -2,06%;
Acumulado do mês: -3,94%;
Acumulado do ano: +10,89%.
Boletim Focus
Os economistas do mercado financeiro cortaram pela oitava semana consecutiva a projeção de inflação para 2025, que passou de 5,17% para 5,10%. Apesar do recuo, a estimativa segue acima do teto da meta oficial, de 4,5%. Para 2026, a expectativa caiu de 4,50% para 4,45%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 ficaram em 4% e 3,80%, respectivamente.
O relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (21), também mostrou estabilidade nas projeções para o PIB de 2025, mantido em 2,23%. Para 2026, houve leve revisão para baixo, de 1,89% para 1,88%.
As estimativas para a taxa Selic foram mantidas em 15% ao ano em 2025 — o nível atual —, com previsões de queda gradual para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027. A manutenção do juro elevado reflete a dificuldade do mercado em ver espaço para cortes mais agressivos diante das pressões externas e fiscais.
Negociações do tarifaço
Com o prazo final de 1º de agosto se aproximando, a União Europeia vê poucas chances de um acordo com os Estados Unidos que evite o aumento das tarifas. Após a ameaça do presidente Donald Trump de elevar a tarifa de 10% para 30% sobre exportações europeias, cresceu entre os países do bloco o apoio a medidas de retaliação.
Diplomatas relataram que os interlocutores norte-americanos apresentaram propostas divergentes nas reuniões da semana passada em Washington, o que frustrou as expectativas de avanço. “Cada interlocutor parecia ter ideias diferentes. Ninguém sabe o que funcionaria com Trump”, disse um diplomata.
Bruxelas agora considera aplicar o chamado instrumento de “anti-coerção”, que permitiria atingir setores estratégicos dos EUA. Há também um pacote tarifário sobre 21 bilhões de euros em produtos americanos suspenso até 6 de agosto, além de novos planos sobre 72 bilhões de euros em exportações dos EUA.
Negociadores europeus também receberam a negativa americana a um pacto de suspensão de novas tarifas após o acordo, com Washington alegando questões de segurança nacional para manter a flexibilidade.
Juros na China
A China manteve inalteradas suas taxas de juros de referência nesta segunda-feira, conforme esperado. A taxa primária de um ano (LPR) segue em 3,0%, e a de cinco anos, usada como base para hipotecas, em 3,5%. A decisão ocorre após dados do segundo trimestre virem ligeiramente acima do esperado.
Os sinais de resiliência no crescimento adiaram a necessidade de novos estímulos, embora a fraqueza da demanda interna e os riscos da guerra comercial mantenham a expectativa de afrouxamento monetário ainda este ano. A deflação ao produtor atingiu o pior nível em quase dois anos, pressionando o governo por novas medidas.
O mercado agora volta as atenções para a reunião do Politburo, que deve definir a agenda econômica para o segundo semestre. Enquanto isso, Pequim anunciou nesta segunda regras para o setor de aluguel residencial, com foco em regulação e aumento de oferta, sinalizando um esforço para estabilizar segmentos da economia real.
Como estão as bolsas
Os mercados globais iniciaram a semana em tom misto. A bolsa de Xangai subiu 0,5%, enquanto o índice CSI 300 avançou 0,6%, impulsionados pelos setores de terras raras e construção. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 1,33%, com forte desempenho de empresas de tecnologia após críticas do governo à guerra de preços.
Na Europa, o índice Stoxx 600 recuou 0,2%, assim como o FTSE 100 do Reino Unido. A queda reflete a incerteza sobre o impasse comercial com os EUA e a expectativa pela reunião do Banco Central Europeu ainda nesta semana.
Nos Estados Unidos, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq operaram em leve alta, com investidores de olho na temporada de balanços das grandes empresas de tecnologia. Resultados de Google, Tesla e IBM devem ser determinantes para o humor do mercado, após a boa performance dos bancos na semana anterior.
Analistas também destacam o impacto positivo do aumento dos gastos militares globais, com as ações do setor de defesa subindo 30% no ano. No entanto, a proximidade do prazo tarifário de 1º de agosto segue como fator de risco, limitando o entusiasmo com os ativos de risco.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP