Vídeos de autolavagem do ouvido viralizam, mas especialista alerta que prática pode causar surdez

Vídeos em redes sociais sobre supostas técnicas de limpeza dos ouvidos têm chamado atenção de internautas. Muitos deles, gravados por pessoas sem formação, ensinam como usar água em seringas para supostamente retirar o excesso de cera. Especialistas, no entanto, são categóricos: a prática não pode ser feita sem acompanhamento de profissionais e fora de consultórios.

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O médico Rafael Goulart, presidente da Associação Mineira de Otorrinolaringologia, explica que a pressão colocada indevidamente no órgão pode causar problemas de saúde, situação de alerta em um país que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 10 milhões de pessoas são surdas. “É raro, mas pode acontecer até surdez irreversível. Se acontecer um caso, não terá como reverter. Então, é melhor evitar”, alerta.

Em entrevista ao BHAZ, o especialista explica que o jato de água mal aplicado pode perfurar os tímpanos. “Além de prejudicar a audição, isso pode causar inflamações frequentes. Em alguns casos, o paciente pode melhorar sozinho, mas outros exigem cirurgia”, detalha.

Goulart chama atenção para outro ponto: nem sempre que a audição fica limitada é caso de excesso de cera. Por isso, o paciente precisa ser analisado por médicos. 

“Se precisar da limpeza, a gente faz com todo cuidado no consultório, com iluminação, aparelhagem adequada, que vai desde seringa a aspirador, de acordo com cada caso”, comenta.

Para além disso, o otorrinolaringologista destaca que a cera é importante para o bom funcionamento do organismo. “Ela protege o ouvido, tem uma ação antibactericida e contra fungos”, detalha.

Diante dessas orientações, uma dúvida que fica é quando buscar atendimento médico. Segundo o especialista, os casos de redução da audição, sensação de pressão e quando a pessoa percebe que há algo errado são o alerta.

“Não tem frequência ou faixa etária indicada para essa limpeza. Há pacientes que precisam a cada 15 dias. Outros nunca precisarão na vida, porque o ouvido é autolimpante. O movimento da mandíbula enquanto a gente conversa ou mastiga favorece a saída do excesso de cera”, detalha o especialista.

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