Um estudo apresentado hoje por representantes da agroindústria brasileira prevê um prejuízo de até US$ 5,8 bilhões caso a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Donald Trump entre em vigor em 1º de agosto. O levantamento estima uma queda de 48% no valor total das exportações do agronegócio para os Estados Unidos, que deixariam de faturar cerca de US$ 5,8 bilhões por ano.
Os dados, obtidos pela CNN, indicam que os setores mais afetados seriam madeira, suco de laranja e carne bovina, onde a nova alíquota se tornaria praticamente impeditiva para os produtores. No caso da madeira e do suco de laranja, o estudo aponta para uma interrupção total das exportações para os EUA.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços já registrou uma retração de quase 70% nas exportações de carne bovina para os norte-americanos no último trimestre, o que agrava o cenário para o setor pecuário.
Pressão interna e ofensiva diplomática
Em meio à pressão, a Associação Nacional de Pecuaristas Americanos declarou apoio irrestrito ao plano de Trump, inclusive defendendo a suspensão total das importações de carne do Brasil, o que eleva ainda mais a tensão entre os dois países.
Para tentar evitar o chamado “tarifaço”, o governo brasileiro, parlamentares e empresários articulam uma ofensiva diplomática de última hora. Entre as ações planejadas estão:
- envio de uma nova carta da Câmara de Comércio dos EUA, a maior entidade empresarial americana, apelando pelo cancelamento da tarifa;
- anúncio de US$ 7 bilhões em investimentos de multinacionais brasileiras nos EUA, já em andamento ou planejados, como gesto de boa vontade;
- deslocamento de uma comitiva de senadores brasileiros para Washington, no próximo domingo, para reuniões com políticos republicanos próximos a Trump, a fim de tentar reverter a decisão.
Impacto projetado (em US$ bilhões)
Setor afetado | Perda estimada | Observações |
Madeira | 2,1 | Exportação pode ser interrompida |
Suco de laranja | 1,5 | Tarifa considerada impeditiva |
Carne bovina | 1,2 | Exportações já caíram 70% |
Outros produtos agrícolas | 1,0 | Queda generalizada |
Total | 5,8 | Projeção anual caso tarifa seja mantida |
Próximos passos
Com a data de 1º de agosto se aproximando, o setor do agronegócio aguarda as próximas movimentações diplomáticas com apreensão. A expectativa é de que as reuniões em Washington consigam sensibilizar interlocutores republicanos e reverter ou ao menos reduzir a tarifa prevista.
Enquanto isso, produtores brasileiros já analisam alternativas de mercado para reduzir a dependência dos Estados Unidos e diversificar destinos para suas exportações.
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