Morango do amor: aprenda a fazer a casquinha perfeita
Com a fama do “morango do amor” nas redes sociais, e o aumento de movimento nas confeitarias, nas últimas semanas, muita gente também tentou fazer a receita do bombom em casa e a expressão “morango do terror” começou a aparecer para demonstrar a frustração de quem não teve o resultado esperado.
A receita tradicional leva um morango inteiro, brigadeiro branco ou de leite em pó, moldado em volta da fruta; e calda vidrada é a cobertura do bombom. A dificuldade existe principalmente na hora de acertar o ponto da calda, uma espécie de caramelo com aparência de vidro e textura crocante.
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O g1 foi atrás das confeiteiras para saber qual “o segredo da casquinha perfeita” e com as dicas delas testou a receita no vídeo que está no começo da reportagem. No texto abaixo, as profissionais da cozinha também contam como chegaram no resultado esperado.
Confeiteiras dão dicas de como fazer a calda do bombom que ficou famoso sem passar raiva. Na foto, a produção da confeiteira Millena Moreira está à esquerda. Ao lado, foto de uma tentativa frustrada compartilhada por uma pessoa que não é especialista e tentou fazer em casa.
Reprodução
“Fiz mais de 12 testes de caldas, para conseguir fazer perfeitamente, eu não queria só uma boa, mas a ideal. Queria na cor forte e brilhosa, na textura certa, crocância. Gastando insumos, até chegar ao ponto perfeito. E cheguei”, disse Millena Moreira, de 26 anos, confeiteira que tem uma loja em VIla Velha, na Grande Vitória.
Millena deu algumas dicas para o morango do amor perfeito:
🍓 Os morangos precisam estar totalmente secos e sem umidade;
👩🏽🍳 O ponto correto do brigadeiro precisa estar firme, ultrapassando o ponto de enrolar;
🌡️ A calda deve seguir fielmente a temperatura correta que é entre 155 e 160 graus.
“Além disso, precisa ser feito o teste da água gelada, que é colocar um pouquinho da calda em um copo de água gelada e morder, precisa estar crocante e com textura de ‘vidro’ sem grudar nos dentes”, explicou.
A confeiteira Roberta Carolina Soares, de 38 anos, multiplicou as vendas com o Morango do Amor e deu dicas para fazer o doce. Espírito Santo.
Redes sociais
A confeiteira Roberta Carolina Soares, de 38 anos, tem uma loja na Serra, na mesma região, e também falou do receio com a calda vermelha, além de contar como faz.
“Quando resolvi fazer o bombom, o brigadeiro que vai no morango eu já fazia, então a questão era a calda, que é o terror do povo que tá tentando. Eu acertei de primeira, tá? O negócio é bom mesmo”, falou.
📋 A calda da Roberta leva água, açúcar, corante e vinagre;
🔥 O segredo é a temperatura, para quem não tem termômetro, pode fazer no fogo baixo, menos de 210 graus. O tempo nessa temperatura vai de 15 a 18 minutos.
💧 Para ver o ponto, a confeiteira também indicou o teste com a água gelada.
Fila nas confeitarias
Morango do amor gera filas e docerias fecham as portas para focar na produção
O Morango do Amor está mudando a rotina de confeitarias no Espírito Santo, com lojas parando a produção de doces convencionais e focando apenas no bombom que ficou famoso.
Na loja da Millena, a produção saltou de 400 para 800 unidades por dia.
“Nesta terça, eu nem abri a loja para focar na produção de amanhã. Semana passada eu não estava conseguindo atender nem o delivery, era doce só pra venda na loja mesmo. Tá uma loucura!”
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Ela conta que uma fila de pessoas querendo o bombom se formou na porta da loja. “Quando eu vi a fila aqui na porta, nem acreditei. É como se fosse uma segunda Páscoa para as confeiteiras, até mais, não só para mim, mas para todas, todo mundo tá falando isso”, contou Millena.
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Já Roberta está abrindo a loja em horário reduzido, só na hora do almoço. Nos outros momentos, fica de portas fechadas para se dedicar à produção.
Na frente da loja dela, no bairro São Diogo 2, na Serra, tem cliente se deitando no chão, literalmente, para procurar o doce que ficou famoso. A produção começou na última sexta-feira (18) e cada unidade é vendida a R$ 12.
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“Não estou reservando, não tô jogando no delivery e não tô atendendo por mensagem. […] Hoje tinha gente sentada na porta esperando a loja abrir, uma deitou no chão para poder olhar pela porta abaixada, para saber se eu ia abrir, porque se não ela ia perder o horário”, relatou Roberta.
“No sábado, foram vendidos 30 em menos de 5 minutos. Ontem eu já fiz 50, agora hoje aumentei pra 100, e já estou pensando em aumentar mais.”
Morangos do amor produzidos pela confeiteira Millena Moreira no ES
Millena Moeira/Arquivo pessoal
Aumento do preço e da demanda para o produtor
As vendas de morango no Espírito Santo vinham como esperado neste mês, até uma disparada nos últimos dois dias.
O preço médio da fruta in natura comercializado na Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa) subiu 38% de um dia para o outro, saltando de R$ 16,67 na segunda-feira (21), para R$ 23,10 na terça (22). Nesta quarta (24), o preço médio do quilo do morango graúdo na Ceasa foi R$ 21,25.
O produtor Roberto Starles, de 22 anos, tem uma propriedade em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo, com mais de 25 mil pés de morango. Atualmente, colhe meia tonelada por dia e, mesmo assim, não consegue atender a todos os pedidos. Ele viu a demanda disparar após a viralização do bombom “morango do amor”.
“Nunca tinha acontecido isso, normalmente a época do ano que mais vende é o Natal, mas esse período tá superando. Ainda mais os morangos graúdos, que é a procura de agora para o doce, e nessa época mais fria o fruto não amadurece tanto e fica maior”, contou.
Roberto Starles é produtor de morango e viu demanda pela fruta aumentar com a febre do ‘morango do amor’
Roberto Starles/Arquivo pessoal
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