Quatro episódios: essa série da Netflix é uma das melhores do catálogo

Com apenas quatro episódios e nota impressionante de 8,8/10 no IMDb, uma minissérie da Netflix permanece como uma das produções mais impactantes e elogiadas do catálogo. Criada por Ava DuVernay, a série Olhos que Condenam retrata o caso real dos “Cinco do Central Park”, adolescentes negros condenados injustamente por um crime brutal, em um episódio que escancarou o racismo institucional nos Estados Unidos.Lançada em 2019 — ano que também trouxe estreias marcantes como Chernobyl, Watchmen, The Boys, Euphoria e Inacreditável —, a minissérie não apenas se destacou entre grandes produções como também se consolidou como uma das narrativas mais comoventes e necessárias da TV contemporânea.

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Racismo estrutural, dor e resistênciaAo longo de quatro capítulos densos, a série reconstrói os acontecimentos que levaram à prisão de Kevin (Asante Blackk/Justin Cunningham), Antron (Caleel Harris/Jovan Adepo), Yusef (Ethan Herisse/Chris Chalk), Raymond (Marquis Rodriguez/Freddy Miyares) e Korey (Jharrel Jerome), adolescentes que, em 1989, foram acusados de estuprar uma mulher branca no Central Park, sem evidências concretas.Mas mais do que apenas narrar os fatos, a produção expõe o funcionamento de um sistema movido pelo racismo e pela sede de punição. A série não se limita a manchetes ou reconstituições frias; ela se aprofunda no trauma, na destruição de vidas e na forma como uma sociedade inteira pode escolher quem é culpado com base na cor da pele, mesmo diante da ausência de provas.A injustiça sofrida pelos cinco jovens é retratada com uma sensibilidade rara. A diretora não suaviza a dor, mas também não a transforma em espetáculo. Mostra os abusos policiais, os interrogatórios sem advogados, as confissões forçadas e o impacto psicológico causado pela prisão e pelo abandono.Atuações poderosas e denúncia contundenteO elenco da minissérie entrega performances marcantes, especialmente Jharrel Jerome, que interpreta Korey Wise, o único dos cinco que foi enviado diretamente para uma prisão de adultos. Sua atuação intensa lhe rendeu o Emmy de Melhor Ator em Minissérie, e seu arco narrativo é, até hoje, um dos mais emocionantes da televisão recente.

Cena de Olhos que Condenam

|  Foto: Divulgação | Netflix

A série também acerta ao ampliar o foco: vai além do processo judicial para mostrar os efeitos da condenação sobre as famílias, os sonhos interrompidos e o esforço de reintegração após anos de cárcere. A obra consegue levantar uma pergunta incômoda: quantas outras histórias semelhantes ficaram invisíveis ao longo do tempo?A narrativa deixa claro que o caso dos Cinco do Central Park não foi um erro isolado. Pelo contrário: foi resultado de uma engrenagem social e jurídica que opera com base em preconceitos e interesses políticos. O roteiro denuncia como mídia, polícia e sistema judiciário agiram em conjunto para forçar uma condenação e alimentar a opinião pública.Disponível na Netflix, a minissérie é curta, direta e impossível de ignorar. Uma obra necessária para quem busca não apenas entretenimento de qualidade, mas também histórias que provoquem reflexão e empatia.Veja o trailer:

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