A cidade de São Paulo está prestes a transformar de forma profunda sua malha de transporte público com a construção da Linha 6-Laranja do metrô, considerada a maior obra de infraestrutura urbana atualmente em andamento na América Latina. Com 80% das obras concluídas até abril de 2025, o projeto promete mudar a dinâmica de mobilidade na capital, encurtando drasticamente o tempo de deslocamento da Brasilândia, na Zona Norte, até a região central da cidade.
Além disso, o Governo do Estado já autorizou estudos para uma expansão de mais 7 km da linha, que deverá incluir seis novas estações e ampliar ainda mais a cobertura da rede metroviária paulistana.
O que é a Linha 6-Laranja?
Com 15,3 km de extensão e 15 estações previstas em seu traçado original, a Linha 6-Laranja ligará a Brasilândia até a estação São Joaquim, na Linha 1-Azul. O tempo de trajeto, que hoje pode ultrapassar 1h30, será reduzido para cerca de 23 minutos. O percurso atravessa bairros como Freguesia do Ó, Pompeia, Perdizes e Higienópolis, atendendo uma população historicamente pouco contemplada por transporte de alta capacidade.
Não à toa, o traçado também é conhecido como a “linha das universidades”, já que passará por instituições como PUC-SP, FAAP e Mackenzie.
Avanços da obra em 2025
Conduzida pela concessionária Linha Uni, liderada pela espanhola Acciona, a obra atingiu 80% de execução em abril de 2025. Entre os destaques estão:
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Estação Perdizes: 78% concluída
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Estação Santa Marina: 72%
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Estação Água Branca: 70%
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Pátio Morro Grande: 78%
As frentes de trabalho avançam simultaneamente na montagem de trilhos, sistemas de ventilação, escadas rolantes, revestimentos e estruturas técnicas. O primeiro trem fabricado em Taubaté deverá ser entregue no segundo semestre de 2025, com operação parcial prevista para outubro de 2026 no trecho entre Brasilândia e Perdizes. A entrega total da linha está programada para 2027.
Desafios e soluções tecnológicas
A construção da Linha 6 envolveu escavações complexas em áreas densamente urbanizadas. Um dos principais recursos foi o uso de uma tuneladora de 2 mil toneladas apelidada de Cacique, capaz de escavar de 15 a 20 metros por dia enquanto instalava aduelas de concreto armado.
O projeto também exigiu a escavação de poços com mais de 45 metros de profundidade e a impermeabilização total de túneis e estações com membranas de PVC, garantindo segurança contra infiltrações mesmo em áreas com lençóis freáticos elevados.
O episódio mais crítico foi o desabamento parcial na Marginal Tietê em 2022, causado pela ruptura de uma galeria de esgoto. O incidente levou à revisão dos protocolos de segurança e à modernização dos sistemas de monitoramento da obra.
Expansão da Linha 6-Laranja: 6 novas estações
Com os avanços físicos já consolidados, o Governo de São Paulo deu sinal verde para os estudos de expansão da linha. A proposta inclui mais 7 km e seis novas estações, divididas em dois trechos:
Sudeste (sentido Mooca):
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Aclimação
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Cambuci
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Vila Monumento
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São Carlos – Parque da Mooca (com integração à Linha 10-Turquesa da CPTM)
Noroeste:
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Morro Grande
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Velha Campinas
Além das estações, a expansão prevê cinco poços de ventilação e escape, além de uma nova área de estacionamento de trens. A demanda estimada da linha com a ampliação é de 910 mil passageiros por dia, um salto de 44% na capacidade projetada.
Impactos urbanos e futuro da mobilidade
A Linha 6-Laranja se insere em um contexto de alta demanda por transporte público na maior metrópole da América Latina, que hoje conta com 6 linhas de metrô (104 km) e 5 linhas da CPTM (196 km), transportando diariamente mais de 6,6 milhões de passageiros.
Mesmo com essa rede extensa, ainda há gargalos de integração e superlotação, especialmente nos horários de pico. A nova linha, ao conectar regiões periféricas ao centro e às universidades, representa não apenas um avanço na mobilidade, mas também na inclusão social e no desenvolvimento urbano.
A Linha 6-Laranja já é um marco da engenharia brasileira e um símbolo da transformação da mobilidade em São Paulo. Com 80% das obras concluídas, previsão de entrega parcial em 2026 e expansão já autorizada, o projeto se consolida como peça-chave para o futuro do transporte público da cidade.
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