
Arminda Augusto durante abertura do 1º Agenda ESG 2025
Reprodução
O Grupo Tribuna realizou na última terça-feira (22) o 1º Agenda ESG 2025, dando continuidade a uma iniciativa que desde 2022 tem se consolidado como importante fórum de discussão sobre sustentabilidade na região.
O encontro reuniu representantes de empresas, universidade, instituições públicas e organizações para debater e fomentar boas práticas relacionadas aos três pilares do conceito ESG: meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa.
Documentário marca abertura do evento
A abertura do encontro foi com a exibição do documentário “O Desafio de Carbonia”, parte de um projeto educacional com o mesmo nome. O vídeo foi produzido por Sérgio Pompéia, ex-gerente regional da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) nos anos 1990, período em que Cubatão era conhecida como “Vale da Morte” devido à intensa poluição das indústrias do pólo petroquímico.
Após a exibição Arminda Augusto, Gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna, destacou a importância simbólica da produção e a referência que a cidade da Baixada Santista se tornou: “É apenas um fragmento de uma catástrofe ambiental que hoje acomete todo o planeta, é um fragmento de uma cidade que vivia essa situação e que teve sua reversão a partir da união de poder público, acadêmicos, comunidade e setor empresarial”.
A executiva ressaltou que Cubatão, que no passado simbolizava a degradação ambiental, hoje representa uma história de sucesso, tendo recebido no ano passado o selo de cidade azul pela ONU.
Gesner Oliveira, Professor da FGV e Coordenador do Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais, enfatizou a importância de eventos como o Agenda ESG em um momento de tensões geopolíticas. “É extremamente necessário que haja grupos como esse que constroem uma agenda positiva”, afirmou.
Gesner Oliveira também foi moderador do painel com especialistas
Reprodução
O especialista destacou a necessidade de construir resiliência climática nos municípios, criando planos específicos para mudar a forma como as cidades encaram sua infraestrutura e se preparam para eventos climáticos extremos.
Ministra Marina Silva destaca agenda climática do governo
O evento contou com a participação em vídeo da Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que apresentou as principais diretrizes do Governo Federal para o enfrentamento das mudanças climáticas. A ministra destacou que o Brasil trabalha com duas frentes principais: a agenda de mitigação, focada na redução de emissões de CO2, e a agenda de adaptação, voltada para lidar com os efeitos já presentes das mudanças climáticas.
Ministra Marina Silva falou sobre como o Brasil vem trabalhando com o tema
Reprodução
Marina Silva anunciou que o governo está comprometido com uma redução entre 59% e 67% nas metas de emissão de CO2 no Brasil. Entre os resultados já alcançados, a ministra mencionou a redução de 46% no desmatamento na Amazônia e 32% no país como um todo.
O Governo Federal também está desenvolvendo um plano de transformação ecológica que abrange transição energética, economia verde, tecnologia e infraestrutura sustentável.
Movimento ODS e colaboração municipal
Nina Orlow, Coordenadora do Movimento Nacional ODS-SP, foi uma das convidadas para a abertura do evento e elogiou o trabalho desenvolvido em Santos, destacando a atuação de Fabio Tatsubo, Chefe de Departamento dos ODS da Prefeitura de Santos. “É fundamental essa forma de trabalhar, de integrar todas as iniciativas que aqui atuam pela sustentabilidade”, declarou.
Nina Orlow é Coordenadora do Movimento Nacional ODS-SP
Reprodução
Em sua apresentação, Nina focou na mobilização e articulação dos municípios para um desenvolvimento sustentável, com São Paulo servindo de referência nacional. Ela destacou o papel da Comissão Nacional pelos ODS na implementação da agenda nas cidades, enfatizando o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) como tema transversal que impacta outros objetivos como vida terrestre e vida na água.
Ciência e dados como base para decisões
Encerrando a abertura, Ronaldo Christofoletti, Professor Universitário, Coordenador do Programa Maré de Ciência e Representante da Unesco no Brasil para a Década do Oceano, ressaltou a importância de eventos regulares para alinhamento e estudo conjunto. “Eventos como esse acontecendo frequentemente fazem total a diferença para que a gente possa se alinhar, estudar e realmente buscar o que é que nós vamos trabalhar”, afirmou.
Um dos dados que Ronaldo Christofoletti trouxe foi a referente temperatura do ar
Reprodução
Christofoletti enfatizou a relação entre ambiente e economia, destacando a importância dos dados no contexto ESG, especialmente na componente ambiental. O especialista apresentou dados sobre as variações climáticas globais dos últimos 40 anos, evidenciando as mudanças severas registradas nos anos recentes.