
Fumaça de queimadas em Rio Branco
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
O Acre ultrapassou, em julho, a marca de 100 focos de queimada registrados via satélite e a capital Rio Branco já teve mais de 300 ocorrências de incêndio. Com isso, o resultado desse cenário começa a ser sentido na atmosfera: a qualidade do ar piorou e o nível de poluição é considerado moderado de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Considerando o ranking da plataforma internacional IQAir, a capital acreana está entre as três cidades mais poluídas do país.
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Baseado nas recomendações da OMS sobre a exposição ao ar poluído, o Índice de Qualidade do Ar (AQI, na sigla em inglês) é uma escala internacional elaborada para auxiliar o monitoramento da poluição do ar em diversos países por órgãos e autoridades. O AQI tem seis níveis, que vão de “bom” a “perigoso”.
Ainda conforme o site IQAir, a cidade mais poluída do país por volta das 12h (horário do Acre) desta quinta era São Paulo, com AQI de 60, seguida por Campinas, com 54. Na terceira posição está Rio Branco, com 50. Este índice é classificado como “moderado”.
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Entre 1º de julho e as 12h desta quinta, Rio Branco variou entre os níveis bom e moderado. A média dos 24 dias ficou em 47,2 na escala AQI, nível considerado satisfatório, com pouco ou nenhum risco à saúde, mas, próximo ao limite no qual a poluição se torna moderada. (Entenda mais abaixo)
Índice AQI
Legenda com as cores associadas a cada nível de poluição do ar na escala AQI
Reprodução/World Air Quality Index
O AQI utiliza três medidas para classificar as concentrações:
Partes por milhão (ppm) por volume
Partes por bilhão (ppb) por volume
Micrograma por metro cúbico (µg/m3) de ar
Essas unidades de medida são utilizadas para expressar a concentração de soluções muito diluídas. Por meio da detecção delas, o AQI expressa os níveis de poluição, que começam em zero e podem ultrapassar 300.
0 a 50 – bom
Qualidade do ar satisfatória, com pouco ou nenhum risco à saúde.
51 a 100 – moderado
Qualidade do ar aceitável, no entanto, para alguns poluentes, pode haver um problema moderado de saúde para um número muito pequeno de pessoas sensíveis à poluição atmosférica.
101 a 150 – não saudável para grupos sensíveis
Membros de grupos sensíveis podem sofrer efeitos na saúde. Entretanto, o público em geral não é afetado.
151 a 200 – pouco saudável
Todos podem começar a sentir efeitos na saúde. Membros de grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves.
201 a 300 – muito prejudicial
Toda a população tem maior probabilidade de ser afetada.
A partir de 300 – perigoso
Todos podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.
Mais de 9 hectares destruídos
Cerca de 9 hectares de mata foram destruídos pelo fogo no Conjunto Village Tiradentes
No domingo (20), uma das queimadas destruiu cerca de nove hectares de terra em uma área no Conjunto Village Tiradentes, em Rio Branco. Com a destruição da vegetação, vários animais ficaram desabrigados e precisaram ser resgatados pelos bombeiros.
Um tamanduá-mirim e um filhote de coruja foram levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis.
Queimadas atingem animais silvestres no Acre
Reprodução/CBMAC
“Chegamos por volta de umas 13h30 e o combate foi realizado em um período de duas a três horas”, resumiu o soldado Natan Silva.
O caso ilustra um triste cenário. Somente nos primeiros 15 dias de julho, os bombeiros atenderam mais de 300 ocorrências de queimadas em Rio Branco.
Além desses casos, que, devido ao tamanho, não chegam ao alcance dos satélites, a capital aparece com o quarto maior número de focos registrados pelo INPE, com nove focos. O ranking é liderado por Cruzeiro do Sul (20), Tarauacá (16) e Acrelândia (11).
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