
Enviado especial americano está “esperançoso” com cessar-fogo em Gaza
O enviado dos Estados Unidos Steve Witkoff reconheceu, nesta quinta-feira (24), que as negociações em Doha para um cessar-fogo na Faixa de Gaza fracassaram, culpando o grupo terrorista palestino Hamas por sua “postura egoísta”.
“Decidimos trazer nossa equipe de volta de Doha para consultas após a última resposta do Hamas, que demonstra claramente sua falta de vontade em alcançar um cessar-fogo em Gaza. Embora os mediadores tenham feito um grande esforço, o Hamas não parece estar coordenado ou agindo de boa-fé”, publicou Witkoff nas redes sociais.
Witkoff afirmou que Washington agora “considerará alternativas para trazer os reféns de volta e tentar criar um ambiente mais estável para o povo de Gaza”.
“É uma vergonha que o Hamas tenha agido de forma tão egoísta”, criticou.
Trump recebe Steve Witkoff na Flórida, em 7 de janeiro de 2025
REUTERS/Carlos Barria
Há mais de duas semanas, os negociadores de Israel e do Hamas mantêm conversas indiretas no Catar, na tentativa de concordar com uma trégua que permita, em um primeiro momento, a libertação de dez reféns israelenses vivos, em troca de um número indeterminado de palestinos detidos em Israel.
Israel enfrenta uma crescente pressão de organizações humanitárias que denunciam a “fome em massa” que está se espalhando pela Faixa de Gaza, após quase dois anos de conflito.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que, após receber a resposta do Hamas, decidiu o retorno da equipe de negociação para continuar as consultas em Israel.
“Agradecemos aos esforços dos mediadores do Catar e do Egito”, assim como o papel do emissário americano Steve Witkoff para alcançar progresso nas negociações, declarou em comunicado.
Segundo uma fonte palestina próxima às negociações, a proposta apresentada pelo Hamas nesta quarta-feira (23) pede entrada de ajuda humanitária no território, traz mapas das áreas das quais o Exército israelense deveria se retirar e garantias sobre o fim definitivo da guerra em curso desde outubro de 2023.
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