O Governo de Minas Gerais deu mais um passo para o desenvolvimento do programa “Encontro das Águas”, que visa combater os desafios da seca e da escassez hídrica no semiárido mineiro. Nesta quinta-feira (24), o vice-governador Mateus Simões esteve em Januária, no Norte do estado, onde assinou despachos do projeto e falou sobre as metas para universalização do serviço de saneamento em Minas.
As ações, coordenadas pelo Governo de Minas, envolvem diversos órgãos públicos e sociedade civil. Mais de 30 instituições executam projetos variados, que integram a iniciativa que já conta com mais de R$ 600 milhões em investimentos.
Entre os destaques está o “Universaliza Minas”, iniciativa da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), voltada à distribuição de água potável e esgoto para áreas rurais e comunidades urbanas em situação de vulnerabilidade. O programa visa atender às metas do Novo Marco Legal do Saneamento até 2033, que preveem 99% da população com acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto.
“Em todas as cidades atendidas pela Copasa, o governo garante a universalização do serviço de água e esgoto até 2033. Nas cidades em que já se atende água e esgoto, até 2029 nós teremos universalização de 99% da população urbana e rural servida por água potável e 90% da população servida por esgoto. Nas cidades que são atendidas só por água da Copasa, até 2033 teremos também o esgoto universalizado”, prometeu Mateus Simões.
“É um conjunto de programas que garante água. Água para irrigar, água para beber, água para as escolas, água distribuída nas cidades. É impossível aceitar que algum lugar tenha mais cobertura de internet no celular do que esgoto e disponibilidade de água. Não estou dizendo que o celular não seja importante, mas sem água não dá para viver”, completou.
O vice-governador comentou ainda que a possibilidade de privatização da Copasa não interfere as atividades do “Encontro das Águas”. Segundo Simões, o “recurso está garantido”, com verba suficiente para levar água aos distritos mais carentes do estado.
Abastecimento no semiárido mineiro
Até julho de 2025, o “Universaliza Minas” atingiu 102 municípios e 261 comunidades, beneficiando cerca de 83,4 mil pessoas, com um orçamento previsto de R$ 412 milhões. A expectativa é de que 168 cidades, integrando 649 distritos, sejam atendidas.
Ao BHAZ, o presidente da Copasa, Fernando Passalio, diz que a iniciativa tem mais frentes de atuação nas regiões Norte e Vale do Jequitinhonha. “Existe uma concentração maior de distritos com necessidade do Universaliza nas regiões do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, mas nós atendemos a todos os municípios onde a Copasa tem contrato de concessão. Dos 637, qualquer prefeito que queira acionar a Copasa para atendimento a um distrito onde não há atendimento de saneamento básico, ele pode acionar a gente”, explica.
“Essas pessoas passarão a ter acesso à água tratada, esgoto tratado. Terão um conforto a mais, uma dignidade a mais de poder ter uma água de qualidade. Todo mundo ganha, a sociedade como um todo”, completa.
Outras medidas
Durante o evento, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) apresentou ainda o projeto de captação de água da chuva por meio de cisternas, que reforça a segurança hídrica de famílias rurais. Em Januária, serão implantadas 56 unidades, com investimento de R$ 487 mil. Outros nove municípios da região também serão atendidos, totalizando 538 cisternas, quase R$ 4,2 milhões investidos e mais de 2 mil pessoas beneficiadas.
Com investimento de R$ 1,45 milhão, outro ponto relevante é a entrega simbólica de 1.548 kits de irrigação do programa Irriga Minas, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), voltado à agricultura familiar. Os kits incluem caixa d’água, tubo gotejador e conectores, ideais para hortaliças e frutas. Em Januária, serão 30 kits, totalizando R$ 35,6 mil. O programa já distribuiu mais de 4,4 mil kits em 124 municípios, com apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Outro pilar é o programa “Água Doce”, executado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e pela Cedec, que implementa sistemas de dessalinização em comunidades que consomem água salobra. Em Januária, está prevista a implantação de um sistema na comunidade Alegre, com investimento de R$ 450 mil e capacidade para atender 720 pessoas. No total, a medida já beneficiou mais de 7 mil pessoas em 26 municípios e prevê a instalação de 33 novos sistemas até 2026.
Por fim, o projeto Gota d’Água, da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), amplia o acesso à água potável nas escolas estaduais não atendidas por redes públicas. A ação envolve perfuração de poços, instalação de kits potabilizadores e monitoramento da qualidade da água em parceria com a Copasa e prefeituras. No Norte de Minas, 136 escolas já contam com água própria, atinginfo mais de 15 mil alunos. Em todo o estado, o projeto garantiu água potável a mais de 55 mil estudantes, com investimento de R$ 7,5 milhões, para aquisição de kits potabilizadores e poços artesianos.
*A repórter viajou a convite da Copasa.
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