A forte elevação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) nos últimos meses vem criando um cenário altamente favorável para a Taesa (TAEE11), uma das principais transmissoras de energia do país. Com quase 60% de suas concessões reajustadas por esse índice inflacionário, a empresa deve ver um incremento expressivo na receita operacional a partir do ciclo 2025–2026, impactando diretamente seu lucro líquido e, consequentemente, os proventos distribuídos aos acionistas.
De acordo com os dados mais recentes, o IGP-M acumulado em 12 meses chegou a 8,5% — um movimento de recuperação relevante após meses de retração em 2023 e início de 2024. Essa retomada é especialmente benéfica para empresas do setor elétrico com contratos vinculados a índices de inflação, como é o caso da Taesa.
Receita impulsionada por reajustes contratuais
Atualmente, dos R$ 3,7 bilhões de Receita Anual Permitida (RAP) da Taesa, cerca de R$ 2,2 bilhões (60%) são corrigidos pelo IGP-M, enquanto R$ 1,4 bilhão (40%) está atrelado ao IPCA. Com a disparada do IGP-M, a expectativa é de uma recomposição relevante da receita da companhia a partir de julho de 2025, quando se inicia o novo ciclo regulatório da RAP, válido até junho de 2026.
Esse reajuste tende a interromper um período de estabilidade observado nas receitas entre os ciclos 2022–2023 e 2024–2025, oferecendo novo impulso ao crescimento financeiro da empresa, especialmente com a entrega de projetos em andamento.
Histórico de investimentos e pagamento de dividendos
Desde 2006, a Taesa investiu cerca de R$ 13 bilhões em projetos de transmissão, tanto via aquisições (brownfield) quanto por meio da construção de novas linhas (greenfield). No mesmo período, distribuiu mais de R$ 14 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, mantendo um compromisso sólido com a remuneração dos acionistas.
Em 2024, o lucro líquido da companhia foi impulsionado diretamente pela correção monetária nos contratos, reflexo da elevação do IGP-M, com destaque para o segundo semestre do ano. Isso viabilizou a proposta recente de proventos de até R$ 0,88 por ação TAEE11, com data de corte em 29 de abril e pagamento em duas parcelas — uma em 28 de maio e outra em 27 de novembro.
Yield atual e perspectivas para os próximos meses
Considerando o preço atual das ações, o dividend yield bruto gira em torno de 2,5%. No entanto, somando os pagamentos realizados ao longo de 2024, o yield bruto chega a cerca de 7,6% — valor ainda inferior à média histórica da companhia, que frequentemente superava 10% ao ano.
Para que a Taesa retome um patamar mais atrativo de dividendos, seriam necessárias duas condições: aumento significativo no lucro — o que pode vir com o novo ciclo regulatório — ou uma queda relevante na cotação da ação, o que elevaria o yield mesmo com proventos constantes. Contudo, dada a atual alavancagem da empresa e os compromissos com novos investimentos, uma elevação expressiva no payout pode ser limitada para evitar risco de queima de caixa.
Estratégia de caixa: como preparar-se para oportunidades na bolsa
Em paralelo às expectativas com dividendos, cresce o interesse dos investidores em manter uma reserva estratégica para eventuais oportunidades de compra durante quedas abruptas do mercado. Esse “caixa de oportunidade” tem ganhado destaque entre quem investe majoritariamente em renda variável.
A recomendação mais comum é aplicar essa reserva em produtos de renda fixa com liquidez diária e rentabilidade próxima a 100% do CDI. Fundos DI, CDBs com liquidez imediata e até contas remuneradas são opções simples, disponíveis em bancos e corretoras, como o BTG Pactual, que oferece CDBs diários com rendimento de 100% do CDI.
A vantagem? Caso ocorra uma correção significativa em ativos como ações ou FIIs, o investidor tem liquidez para aproveitar os descontos, sem precisar vender posições a prejuízo.
Por que manter caixa mesmo sem “bola de cristal”?
Embora seja impossível prever com exatidão quando uma ação irá cair, ter um caixa disponível permite agir rapidamente quando o mercado reage de forma exagerada. Um exemplo citado por muitos investidores foi a queda das ações do Banco do Brasil no fim de 2024 — de R$ 29 para a faixa de R$ 23. Aqueles que possuíam liquidez puderam aumentar suas posições em um dos maiores pagadores de dividendos da bolsa a preços mais baixos.
A lógica é simples: para quem já está amplamente exposto em ações, o caixa representa uma “segunda chance” de entrada — ou uma forma de reforçar posições estratégicas — sem deixar de participar da alta, caso ela continue.
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