
Raça da menor galinha do mundo é criada em Pindamonhangaba
Pequenas em tamanho, mas grandes em valor: essas são as Seramas, raça da menor galinha do mundo, que é vista como animal de estimação e cujos ovos são vendidos por até R$ 3 mil.
Assunto do último Globo Rural (assista a reportagem abaixo), a Serama surgiu na Malásia na década de 1970, quando um avicultor cruzou a raça malaia Bantam com uma variedade japonesa chamada Chabo para desenvolver a ave.
A popularidade internacional da Serama teve início nos anos 2000, na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, os primeiros registros da existência da raça são de 2014.
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Menor entre as cerca de duas mil raças de galinha no mundo, a Serama tem em média 15 centímetros de altura e é consideravelmente menor que uma galinha comum, que tem pode atingir 75 centímetros.
Diferença de tamanho entre uma galinha Serama e uma galinha comum
Reprodução/Globo Rural
Já em relação ao peso, as Seramas têm em média 400 gramas, enquanto as galinhas comuns pesam cerca de dois quilos.
Diferença de peso entre uma galinha Serama e uma galinha comum
Reprodução/Globo Rural
A expectativa de vida, por sua vez é de cinco a 10 anos, parecido com a média das galinhas normais.
Preço
Mesmo tão pequenas, as galinhas da raça Serama são vendidas no Brasil por preços elevados e viraram fonte de renda para pequenos criadores.
Um criador de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, afirma que vende os animais por R$ 1 mil a R$ 3,5 mil. Os ovos já fecundados também são vendidos: o preço da dúzia pode variar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, dependendo da linhagem.
“Por mês eu vendo em média cerca 15 aves e seis dúzias de ovos. Mas a procura está bem alta. Em uma semana eu já vendi 18 dúzias de ovos e 30 aves”, afirma o criador Marco Cosi.
Galinha Serama
Divulgação
Pets?
As Seramas têm sido vendidas como animais de estimação, por conta das características dóceis, do tamanho pequeno e do preço.
“São animais de estimação, grandes companheiros. Eles te seguem pela casa, gostam mesmo de companhia. E são aves que não são agressivas, não fazem barulho. As crianças amam”, garante Cosi.
“Por conta do preço e do tamanho dela, é inviável consumir. Então os ovos são vendidos para quem quer começar a criar mesmo”, completa.
Galinhas Serama
Divulgação
Criação
O Marco deu início à criação das galinhas Serama em 2020, quando ele precisou deixar São Paulo (SP) por conta da pandemia da Covid-19 e passou um tempo no sítio que tem, em Pindamonhangaba.
No local, Cosi já cuidava de pavões, galinhas comuns e outros animais, mas se apaixonou pelas Seramas quando foi apresentado a elas, por um amigo.
A paixão foi tanta que ele investiu R$ 30 mil na compra de alguns casais. Hoje, o plantel conta com 153 Seramas, entre pintinhos e adultos.
“Eu tinha o sítio como um passatempo, mas em 2020 morei nele um tempo por causa da pandemia e na mesma época conhecia a Serama, aí decidi criar e hoje é uma fonte de renda”, explica o criador.
As Seramas são criadas em um espaço diferente, que precisa ser adaptado. No caso do Marco, elas ficam em uma baia de cavalo, por ser um espaço fechado. De acordo com ele, os animais não podem ser criados em galinheiros normais por conta de diferentes condições climáticas, como correntes de vento e serenos.
Ele cria quatro variedades da Serama: holandesa, americana, belga e espanhola – esta última é considerada mais valorizada e, por isso, é mais cara. Todas as variedades tomam banho de sol duas vezes por dia.
Diferença do tamanho do ovo da galinha Serama para o ovo de uma galinha comum
Reprodução/Globo Rural
Atualmente, as galinhas da criação do Marco são capazes de produzir até 10 ovos por mês. A produção conta com o auxílio de chocadeiras.
Uma delas galinhas virou xodó da família por conta do tamanho e do peso ainda menores – apenas 136 gramas. Recebeu até nome: Giuli.
Galinha Serama
Reprodução/Globo Rural
‘Galinha de academia’
Recentemente, um vídeo publicado por Cosi nas redes sociais viralizou por conta de um fator que chama atenção nas galinhas Serama: elas são empinadas e têm o peito estufado. Com cerca de 30 milhões de visualizações, a imagem rendeu comentários como ‘galinha bombada’ ou ‘galinha de academia’.
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De acordo com o criador, porém, elas não mantêm a mesma postura durante todo o dia.
“Elas não ficam o dia todo assim, apenas alguns momentos para se exibir. É como o pavão, que exibe suas penas para chamar atenção. Algumas pessoas acham que por causa da postura elas não conseguem ciscar, mas não estão sempre assim”, conclui.
Raça da menor galinha do mundo é criada em Pindamonhangaba
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