Linha 17-Ouro entra na reta final após 15 anos: monotrilho deve operar em 2026

Durante mais de uma década, a linha 17-Ouro foi sinônimo de frustração para os paulistanos. Idealizada como solução de mobilidade para a Copa de 2014, a obra passou por paralisações, mudanças de consórcio, redução de escopo e inúmeras promessas não cumpridas. Agora, em 2025, o cenário começa a mudar: a construção já alcançou 83% de execução física e os primeiros testes com trens foram realizados, indicando que, enfim, a linha pode se tornar realidade.

De promessa para a Copa à redução de escopo

Lançado em 2009, o projeto original previa 17,7 km de monotrilho elevado, com 18 estações, ligando a estação Jabaquara (linha 1-Azul) à estação São Paulo-Morumbi (linha 4-Amarela), passando pelo aeroporto de Congonhas. Mas os anos seguintes foram marcados por obstáculos como desapropriações, críticas ao modelo de monotrilho em áreas densas, rompimentos contratuais e atrasos sucessivos.

Com a reformulação em 2020 e a entrada da empresa chinesa BYD no fornecimento dos trens e sistemas, o projeto foi reduzido para 7,7 km e oito estações, com foco na conexão entre as linhas 9-Esmeralda (CPTM), 5-Lilás (Metrô) e o aeroporto.

Testes e obras em ritmo acelerado

Em março de 2025, o primeiro trem percorreu um trecho de 4,5 km entre o Pátio Água Espraiada e a estação Vila Cordeiro. Em maio, novos testes noturnos foram feitos com trens circulando a 15 km/h — parte com energia elétrica real e parte com baterias, já que nem toda a rede está energizada.

Atualmente, as estações apresentam níveis variados de finalização — algumas com mais de 80% de conclusão. Estão sendo instaladas mais de 70 escadas rolantes, 40 elevadores e os sistemas de segurança, iluminação e controle de acesso.

Trens automáticos e sem motorista

Os trens da linha 17-Ouro são compostos por cinco carros, com capacidade total para 616 passageiros e velocidade projetada de até 80 km/h. Um dos diferenciais da linha será a operação totalmente automatizada: os trens circularão sem condutores, com controle centralizado em um centro de operações já em testes.

Até o momento, cinco dos 14 trens previstos chegaram ao Brasil. Os demais devem desembarcar até o fim de 2025. Cada composição é testada individualmente antes de entrar em operação.

Cronograma da reta final

O cronograma prevê a finalização das obras civis e dos sistemas entre agosto e dezembro de 2025. Em seguida, virão as etapas de licenciamento, incluindo o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e a licença de operação da CETESB. Os treinamentos da concessionária ViaMobilidade devem ocorrer entre março e maio de 2026, preparando a equipe para o início da operação comercial.

Integração e impacto esperado

A linha 17-Ouro será uma nova alternativa de transporte na zona sul, beneficiando cerca de 93 mil passageiros por dia. A conexão direta com o aeroporto de Congonhas promete facilitar a mobilidade de viajantes, além de reduzir o trânsito na região e integrar importantes ramais da malha metropolitana.

Apesar do histórico conturbado, a obra mostra sinais consistentes de avanço, com cronograma definido e frentes de trabalho sincronizadas. A expectativa agora é que, até junho de 2026, a linha finalmente entre em operação, cumprindo uma promessa feita há quase 15 anos.

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