Em diversos setores da vida, a automatização de serviços e processos se torna cada vez mais comum o dia a dia. No contexto urbano, edificações automatizadas ganham espaço, e muitos condomínios adotam essas soluções como forma de otimizar operações, aumentar a segurança, reduzir custos e garantir uma gestão mais eficiente. Tecnologias como reconhecimento facial, sensores de presença, monitoramento de reservatórios de água, irrigação automatizada e elevadores inteligentes já fazem parte dessa nova realidade.Entre os benefícios mais destacados está o aumento da sensação de segurança, com recursos que proporcionam conforto e tranquilidade aos moradores. Eduardo Freitas, subsíndico do Edifício Superville, comenta: “A automação tem transformado a rotina condominial em diversos aspectos. Como morador, percebo maior sensação de segurança, agilidade e conforto, com sistemas como portaria remota, sensores de acesso facial, cerca elétrica e câmeras inteligentes. Já como subsíndico, vejo a automação como uma verdadeira aliada da gestão, pois permite monitorar processos, tomar decisões baseadas em dados e reduzir falhas humanas”.Outro ponto relevante é a economia na folha de pagamento. Investir em tecnologia pode representar um excelente custo-benefício, sendo gestores condominiais. Pablo Soares, síndico profissional e dono da PS Assessoria Condominial, atua há 13 anos no mercado. Sua empresa administra atualmente 43 condomínios em Salvador e na Região Metropolitana, com atuação setorizada entre os síndicos da equipe. Ele destaca a portaria remota como uma das soluções mais econômicas: “A redução das despesas fixas já é prevista antes mesmo da decisão pela instalação, já que os custos com pessoal fazem parte da provisão orçamentária anual. Com a portaria remota, reduzimos entre 30% e 40% das despesas do condomínio”.Mudanças relacionadas a tecnologias também envolvem desafios culturais, especialmente em condomínios com moradores mais velhos. No Condomínio Praia de Guarajuba, na Pituba, onde 80% dos residentes são idosos, algumas mudanças, como portaria remota, sensores de presença, só ocorreram após uma campanha de comunicação. Janailton Ribeiro de Oliveira, síndico, conta: “Antes da automação, os custos de pessoal chegavam a R$ 23 mil, representando 61% das despesas. Com a mudança, reduzimos para R$ 5,5 mil. A economia trouxe equilíbrio financeiro e permitiu estabilizar as taxas condominiais”.Uallasse Mota, 44 anos, auditor interno de uma construtora e morador de um dos condomínios administrados pela empresa de Pablo, aponta outras vantagens além da economia. “Vejo como grande ganho operacional a agilidade no acesso de convidados, com o cadastro antecipado, e a entrada de veículos nas garagens sem depender da atenção dos porteiros. Antes da automação, muitas vezes ficávamos expostos do lado de fora aguardando a liberação”.Recursos naturaisA automação também colabora para a economia de recursos naturais. É o caso do monitoramento de reservatórios de água, presente em alguns dos condomínios administrados por Pablo. A tecnologia atua como uma ferramenta de sustentabilidade. “É um sistema que nos alerta via WhatsApp e e-mail sobre possíveis vazamentos. O condomínio tem um perfil de consumo, e, quando esse padrão é rompido, o sistema notifica a gestão. Isso nos permite agir rapidamente e evitar prejuízos maiores. Hoje, 95% dos nossos condomínios utilizam essa tecnologia”.Andrea Bitencourt, coordenadora do Curso Técnico de Automação Industrial do IFBA, destaca que a automação predial é essencial para a sustentabilidade, reduzindo o consumo de energia e água por meio de gestão inteligente: “Por exemplo: desligamento automático de ar-condicionado e lâmpadas em ambientes desocupados, ou ajuste da iluminação conforme a luz natural disponível”. Em Salvador, a alta incidência solar aumenta o interesse por sistemas fotovoltaicos (a eletricidade gerada a partir da luz do sol usando painéis solares) e reuso de água, com integração de sensores e climatização que geram economia, especialmente em regiões com tarifas elevadas.Apesar do avanço, a automação no Brasil é desigual. São Paulo e Brasília lideram, enquanto regiões menos desenvolvidas e prédios antigos enfrentam dificuldades. Andrea completa: “Em Salvador, bairros como Horto Florestal e Caminho das Árvores já adotam tecnologias como portaria remota e câmeras inteligentes, mas a maioria dos edifícios ainda usa sistemas convencionais. Os principais obstáculos são a falta de mão de obra qualificada, desconhecimento dos benefícios e acesso limitado ao crédito”.*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
Automação gera economia e eficiência em condomínio; entenda como
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