Veja o que se sabe sobre o caso da professora morta pelo filho em BH

A morte da professora Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, comoveu Belo Horizonte e gerou grande repercussão nos últimos dias. Educadora respeitada e querida em colégios da capital mineira, Soraya desapareceu na sexta-feira, 18 de julho, e foi encontrada morta dois dias depois, em Vespasiano, na Grande BH. O principal suspeito do crime é o próprio filho da vítima, Matteos França, de 32 anos, que confessou o assassinato.

Veja tudo o que se sabe, até então, sobre o caso:

Quem era a vítima?

Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, morava no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha. Ela era professora de história e trabalhava Colégio Santa Marcelina desde 2017, ministrando aulas para turmas do 7º e 9º anos. Soraya também coordenava o “Projeto e Cidadania”, uma pesquisa realizada com alunos do 9º ano relacionada à temas voltado para a atuação cidadã, como a igualdade e a justiça social. 

A professora era considerada amorosa, responsável e muito querida por todos. “Ela era muito dedicada, responsável e fazia tudo com amor. Sempre tinha uma mensagem de carinho e motivava muito os alunos a estudarem. A marca dela era o sorriso e a gentileza”, afirmou Roseli Hart, diretora do colégio.

Dia do crime

Soraya desapareceu na sexta-feira 18 de julho, no dia em que o crime ocorreu, segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O corpo da professora, no entanto, só foi encontrado dois dias depois, debaixo de um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O corpo foi encontrado coberto por um lençol. A vítima estava sem calcinha e apenas com uma blusa cinza. Ainda segundo o registro policial, havia manchas de sangue e marcas que se assemelham a queimaduras na parte interna das coxas da vítima. A suspeita da PCMG é que o filho de Soraya teria forjado um estupro para não ser incriminado. 

Primeira versão do filho

Foi o próprio filho de Soraya que registrou o desaparecimento da mãe no sábado, 19 de julho. Ele relatou à polícia que havia visto a mãe pela última vez por volta das 20h de sexta-feira, quando saiu de casa para uma viagem. Segundo ele, a professora estava na sala, vestindo uma camisola cinza.

Matteos contou que teria sentido falta da mãe quando tentou falar com ela, por telefone, durante a manhã de sábado, mas não teve sucesso. Ele pediu que uma tia fosse até o apartamento da família, mas o imóvel estava trancado. Um chaveiro foi chamado para arrombar a porta e o local estava intacto, sem sinais de crime.

O filho voltou para a capital mineira e registrou um boletim de ocorrência. A Polícia Civil começou a desconfiar da versão apresentada pelo filho da vítima após encontrar contradições no depoimento dele.

Prisão

Matteos foi preso em casa na tarde desta sexta-feira (25). Segundo a polícia, vários pontos ainda precisam ser esclarecidos, mas o filho de Soraya já confessou o crime. Além da prisão do suspeito, a Polícia Civil fez buscas e apreensão em endereços relacionados ao autor e à vítima. Os materiais estão sob sigilo.

Confissão e motivação

O filho da professora confessou o crime após ser preso nessa sexta. Ele relatou que enforcou a mãe durante uma discussão por causa de dívidas relacionadas a jogos online. A Polícia Civil tem duas linhas de investigação. A primeira é que os dois teriam tido uma briga grave e ele teria a matado. A outra é que ele teria premeditado o crime.

Soraya foi morta por esganadura entre às 17h e 19h do dia 18 de julho. Em seguida, Matteos teria colocado o corpo da mãe no porta-malas de um carro para desová-lo em Vespasiano. Há suspeita ainda de que ele teria forjado um estupro para não ser incriminado, já que não há indícios de que Soraya tenha sido vítima de violência sexual. 

Matteos era assessor do governo

Matteos era assessor da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Ele ocupava o cargo desde 2021, mas foi exonerado na noite dessa sexta, após confessar o crime. A exoneração foi publicada no Diário Oficial Eletrônico de Minas Gerais (DOE MG) neste sábado (26).

Em nota, a Sedese, reforça que a exoneração ocorreu por decisão do gabinete e se refere a um cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração.

A pasta também declarou que os fatos investigados não têm relação com as atividades desempenhadas pela secretaria. Em comunicado, reiterou que não compactua com crimes, desvios de conduta ou qualquer tipo de irregularidade cometida por seus servidores.

O que diz a defesa de Matteos?

Em entrevista à imprensa nessa sexta-feira (25), o advogado Gabriel Arruda, que representa Matteos França, afirmou que a defesa ainda não teve acesso ao inquérito policial e, por isso, não pode se manifestar oficialmente sobre o conteúdo da investigação. Ele ressaltou que o principal objetivo, neste momento, é garantir os direitos do cliente, assim como prestar apoio à família.

“Nós sentimos muito pela vida da professora Soraya, é importante deixar isso claro. Mas os direitos do Matteos devem ser resguardados, e estamos aqui para isso”, declarou. O advogado também afirmou que, embora Matteos tenha confessado o crime, o depoimento foi prestado sem a presença da defesa e ainda precisa ser analisado.

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