
Raio-X mostra o dedo quebrado da vendedora durante assalto em João Pinheiro (MG); mesmo ferida, ela perseguiu o suspeito de moto e conseguiu recuperar a bolsa
Reprodução/Arquivo Pessoal
O Centro de João Pinheiro, no Noroeste de Minas, foi palco de uma cena digna de filme de ação na tarde de quinta-feira (24). Uma vendedora teve a bolsa roubada por um homem de bicicleta e, mesmo com o dedo quebrado durante o assalto, ela subiu na moto e começou uma perseguição pelas ruas da cidade.
A atitude vai na contramão da orientação da Polícia Militar (PM), que recomenda que vítimas não reajam a assaltos (veja mais abaixo).
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A vítima, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que estava conversando com a irmã na rua quando o criminoso passou de bicicleta e puxou a bolsa dela com força.
“Eu ainda fiz força para segurar e acabei quebrando meu dedo, mas ele conseguiu levar. Aí me dei conta de que meu celular estava lá, com os aplicativos do banco. Então subi na minha moto e fui atrás dele”, contou, rindo da situação.
Minutos depois, outra mulher que viu a cena também pegou uma moto e passou a seguir o suspeito. Segundo a vendedora, ele tentou despistá-las entrando em ruas na contramão e fazendo manobras perigosas. Ainda assim, em certo ponto, jogou a bolsa no chão e continuou fugindo.
“Quando ele viu nós duas, jogou a bolsa no chão. Aí eu falei para a moça: ‘Segura minha bolsa que eu vou atrás desse vagabundo”, relembrou.
A perseguição continuou por alguns quarteirões até que a vendedora conseguiu alcançar o homem. Ela exigiu que ele devolvesse o celular, mas ele insistia que o aparelho já estava na bolsa.
“Foi para ele provar que não estava com o celular. Mandei mostrar os bolsos e realmente não tinha nada. Depois eu falei: ‘Abaixa as calças que o celular tá na cueca’. Quando ele abaixou, deu para ver que realmente não estava”.
Segundo a vendedora, o suspeito começou a pedir desculpas pelo ocorrido e ela respondeu: “Desculpa nada, olha o que você fez com a minha mão”.
Vítima chegou a quebrar o dedo quando criminoso puxou a bolsa que ela segurava
Reprodução/Arquivo Pessoal
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Ainda não acreditando que o homem realmente tivesse deixado o celular na bolsa, ela voltou a persegui-lo pelas ruas de João Pinheiro, ordenando que ele devolvesse o aparelho para ela.
“Nessa hora eu consegui derrubar ele da bicicleta, ainda sujei o meu salto. Ele ficou nervoso, achei até que fosse me agredir. Foi aí que deixei pra lá”.
Ao retornar até a mulher que havia guardado a bolsa, conferiu e viu que realmente todos os itens estavam ali, inclusive o celular. Ela então decidiu ir até a sede da Polícia Militar para registrar a ocorrência, mas recebeu uma resposta inesperada.
Segundo a vendedora, os policiais disseram que não era necessário registrar a ocorrência, pois o suspeito já tinha cometido outro roubo naquela mesma tarde e havia uma ocorrência em aberto contra ele.
O g1 procurou a PM para saber se essa orientação é mesmo procedimento padrão, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
Polícia orienta a não reagir a assaltos
Apesar do desfecho favorável, a Polícia Militar reforçou que a recomendação é não reagir em casos de assalto.
“Como sempre fazemos, orientamos à vítima a não reagir a um assalto, mesmo que ela tenha habilidades. Não sabemos com que objeto o autor está armado, se fez o uso de alguma substância ou se há um comparsa escondido, por exemplo. Além disso, é importante que a vítima procure o órgão de segurança com o maior número de informações possíveis”, afirmou o major Anderson Claiton Borges.
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