IA avança e ameaça 31,3 milhões de empregos no Brasil: como se preparar para não ser substituído?

A inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa de futuro para se tornar o maior agente de transformação do mercado de trabalho atual. De acordo com um estudo da consultoria LCA 4intelligence, com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 31,3 milhões de empregos no país devem ser impactados pela IA nos próximos anos, sendo que 13 profissões concentram, sozinhas, 5,5 milhões de trabalhadores diretamente expostos à automação. Dentre as funções mais vulneráveis, estão as áreas de apoio técnico, administrativo e gerentes intermediários. No entanto, o efeito pode ser transversal e atingir múltiplos setores.

Para Tey Yanagawa, sócia-diretora de Novos Produtos e Inovação da Cia de Talentos, esse movimento exige uma mudança profunda de mentalidade – tanto por parte das empresas quanto dos profissionais. “Estamos diante de uma transformação estrutural no mundo do trabalho. A IA substitui tarefas repetitivas, sim, mas também abre espaço para que as pessoas redesenhem seus papéis, desenvolvam novas competências e atuem de forma complementar à tecnologia”, afirma. Segundo a executiva, o desafio está em acompanhar a evolução técnica, mas também em promover uma adaptação humana, ética e social à nova realidade.

A especialista aponta três caminhos essenciais para quem quer se manter relevante e evitar a sombra da substituição: (1) investir em upskilling e reskilling, com aprendizados que atualizem ou redirecionam suas competências; (2) fortalecer soft skills como empatia, pensamento crítico, criatividade e adaptabilidade – capacidades que a IA ainda não domina; e (3) manter-se bem-informado sobre as transformações do mercado, tomando decisões mais conscientes e traçando estratégias eficazes de carreira. Tey reforça que “a inteligência artificial ainda não é capaz de replicar esses atributos de forma autêntica – e é aí que reside o grande valor do fator humano”.

Nesse cenário, o medo de estar em uma profissão sob risco pode ser compreensível, mas não deve paralisar. Pelo contrário: pode ser o gatilho para a ação. “Quem adota a aprendizagem contínua como hábito, testa novas experiências e investe em seu próprio desenvolvimento passa a liderar sua trajetória, em vez de apenas reagir às mudanças. Mais do que evitar a substituição, o profissional preparado é aquele que se torna indispensável”, completa.

Com mais de 30 anos de atuação no desenvolvimento de jovens talentos e lideranças, a Cia de Talentos acredita que a chave para o futuro das profissões está na combinação entre tecnologia e humanidade. “Se a inteligência artificial representa um desafio, ela também oferece a chance de ressignificar o trabalho, e, com ele, o próprio papel das pessoas dentro das organizações”, conclui Tey.

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