Casal transforma receita familiar de linguiça caseira em renda extra em RR: ‘Não tem como copiar’


casal Idelmo Campos e Verônica Camilo, ambos de 50 anos
Nalu Cardoso/Rede Amazônica
O que era uma receita familiar se tornou renda extra para o casal Idelmo Campos e Verônica Camilo, moradores da Vila do Taiano, no interior de Alto Alegre, em Roraima. A receita de linguiça caseira, deixada por Maria Rosa Campos, mãe de Idelmo, se tornou mais que uma memória: se transformou em negócio que movimenta a economia local. As vendas chegam a 100 Kg por mês, o que garante lucro de até R$ 5 mil mensais.
Depois de pronta, a linguiça tem o sabor de comida caseira, daquelas que parecem abraçar e fazem querer mais. A história do casal foi destaque no Amazônia Agro desse domingo (26), exibido na Rede Amazônica Roraima.
Dona Maria, como era conhecida, morreu em 2021 aos 72 anos. Antes de partir, deixou a receita valiosa. Foi em 2022, quando o casal passou por uma crise financeira, que decidiu fazer o alimento para vender. A aceitação da clientela foi tão boa que eles nunca mais pararam.
“Não tem como copiar nossa receita”, diz Verônica, sobre a exclusividade. Idelmo conta que também é uma maneira de manter viva a memória da mãe.
Linguiça caseira depois de frita
Nalu Cardoso/Rede Amazônica
“Ela sempre fazia, desde quando eu era menino. O cheiro dela [da linguiça], tudo, lembra minha mãe. O principal é o alho, ela dizia. Fica saboroso. Eu escutava, via ela fazendo”, resumiu.
Idelmo é servidor público aposentado e Verônica, professora. Eles trabalham na produção da linguiça nas horas em que os dois podem estar juntos, como os fins de semana.
A receita completa não tem uma quantidade cerca de ingrediente. A experiência do casal é o que determina quando a linguiça chega no ponto certo. Eles fazem tudo no olho e experimentando. Verônica conta que só de sentir o cheiro ela sabe se precisa de mais algum ingrediente.
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Trabalho manual
O trabalho na produção é todo manual. Eles cortam a carne à mão, cada um fica responsável por uma parte. Depois, a carne é misturada aos temperos batidos no liquidificador.
Depois de misturar as carnes com os temperos, eles armazenam por 24h no freezer. No dia seguinte, enchem a linguiça com tripa de boi ou de porco. Por dia, eles produzem de 10kg a 15kg. Depois, vendem no valor de R$ 50 o quilo.
Com o empreendimento, eles também incentivam os produtores locais. “Essa carne é daqui da região do Taiano. Nós compramos do pessoal. A dificuldade é do toucinho, às vezes compramos aqui, outras vezes na cidade mesmo”, disse Idelmo.
No início, eles vendiam apenas para os moradores da Vila. Depois, as pessoas que moram na capital e trabalham na comunidade, passaram a trazer para Boa Vista.
“Quando a gente faz, as pessoas compram e no outro dia voltam, eles falam ‘a linguiça é muito gostosa’. Ficamos felizes de atender as pessoas com uma coisa tão saborosa. É isso que faz valer a pena. Hoje a gente consegue vender até 100 kg por mês”, contou Verônica.
Para o casal, todo o sucesso da linguiça é em homenagem a dona Maria. “Esse prato é muito importante para nós, foi através dela que nós aprendemos. Geralmente, quando temos na mesa, pensamos nela. Eu não tive mãe, foi nela que encontrei colo”, homenageou Verônia.
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