Uma mudança tecnológica significativa pode transformar a arbitragem do futebol brasileiro já na próxima temporada. A CBF estuda a adoção do impedimento semiautomático nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro a partir de 2026, em movimento alinhado ao que já é utilizado nas principais competições do futebol europeu, de acordo com o Uol Esporte.O estudo foi revelado na última segunda-feira, 28, a dirigentes da Comissão Nacional de Clubes, em reunião com representantes da entidade. A confederação afirma que a implementação do sistema ainda está em fase de análise técnica e logística. Apesar de não haver uma definição formal, a intenção é modernizar o protocolo de arbitragem com o uso de tecnologia de ponta.Como funciona o impedimento semiautomáticoA tecnologia de impedimento semiautomático vem sendo usada com sucesso em ligas como a Premier League, Serie A italiana e Champions League. O sistema utiliza câmeras de alta precisão e sensores conectados à bola e aos jogadores, permitindo identificar a posição de cada atleta com exatidão no momento do passe.A informação é processada automaticamente por algoritmos, que emitem um alerta quase instantâneo para o VAR, reduzindo o tempo de análise e aumentando a precisão da decisão. Além disso, a tecnologia costuma ser acompanhada de animações 3D que auxiliam na transparência da comunicação com o público e com os profissionais em campo.Impactos práticos e resistência inicialCaso seja aprovado, o sistema exigirá investimentos em infraestrutura nos estádios, especialmente os que sediam jogos da Série B, onde nem todos contam hoje com padrões tecnológicos compatíveis.Outro ponto em análise é a formação dos operadores e árbitros de vídeo, além da integração com os protocolos já utilizados no VAR. A CBF já iniciou conversas com fornecedores e analisa o modelo de financiamento da implementação.Alguns clubes, especialmente os de menor orçamento, demonstram preocupação com os custos de adaptação. Já setores da arbitragem veem a tecnologia como uma ferramenta de apoio que pode reduzir o desgaste público causado por erros milimétricos em lances capitais.Críticas ao VAR aumentaram pressão por modernizaçãoA temporada de 2024 e o primeiro turno de 2025 foram marcados por uma onda de críticas à arbitragem de vídeo, especialmente no que diz respeito à demora nas análises de impedimento e à falta de uniformidade nas linhas traçadas manualmente. Esse contexto abriu espaço para que a tecnologia semiautomática ganhasse força nos bastidores da confederação.Nos modelos adotados na Europa, o tempo médio de checagem de um impedimento caiu de cerca de 1 minuto e 40 segundos para menos de 30 segundos, o que ajuda a manter a fluidez da partida e reduz o desgaste emocional dos jogadores.Prazo: definição até o fim de 2025A CBF trabalha com prazo até dezembro para concluir os estudos técnicos e logísticos e bater o martelo sobre a adoção do impedimento semiautomático em 2026. Uma comissão interna formada por membros do departamento de arbitragem, engenharia de estádios e tecnologia do futebol coordena o plano.Caso a implementação seja aprovada, as Séries A e B serão as primeiras competições nacionais do continente a utilizar o sistema em todas as rodadas, o que colocaria o Brasil em posição de vanguarda no futebol sul-americano.O avanço tecnológico promete precisão e agilidade, mas exigirá planejamento e investimento. Resta saber se clubes e estádios estarão prontos para abraçar essa nova era da arbitragem.
CBF avalia implementar impedimento semiautomático nas Séries A e B
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